Inside Music Machine é o projeto que reúne dois músicos, Ianina Khmelik (violino) e Hugo Novo (teclados), e dois investigadores, António Silva (termografia) e Horácio Marques (interfaces “brain to computer”) e que irá encerrar este ciclo. “A ideia é trazer ferramentas de investigação para o ato performativa e utilizá-las simultaneamente com algum estofo científico mas também obviamente reconcetualizar e levar aquilo para níveis artísticos”, explicou à Lusa Horácio Marques.

O resultado é um espetáculo em que é possível ouvir música clássica e algumas composições originais, ao mesmo tempo que vão sendo projetadas imagens dos músicos recolhidas por câmaras termográficos (que mostram por cor a temperatura do corpo) ou criadas a partir da leitura da atividade cerebral.

O grupo já tocou num festival em Leiria e na reitoria da Universidade do Porto e Horácio Marques faz questão de que as pessoas “percebam que para além dos dois músicos há mais dois elementos que fazem parte do espetáculo”, e que o tornam numa proposta “original em termos internacionais porque não há um ‘set’ como este em todo o mundo”.

Esta é só uma das propostas do Futurismus que arrancou na terça-feira e tem no sábado um novo momento com um concerto da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música que irá tocar obras de Mosolov, Murail, Honneger, Ligeti e Prokofieff que “têm muito a ver com a apologia da máquina e da arte do ruído”, explicou Rui Pereira, assessor da direção artística.

Este responsável da Casa da Música lembra que em ano de Itália, “o movimento futurista italiano, lançado por Filippo Marinetti em 1909, serviu de mote porque ele teve implicações na música, principalmente a partir da década de 1920, que depois lançaram princípios estilísticos que marcaram a música durante o século XX e que, de certa forma, ainda estão a marcar hoje”.

No sábado há também Future Rocks, um trabalho da Escola de Música Valentim de Carvalho e do Serviço Educativo, com futuras promessas musicais e no domingo, um concerto do Coro da Casa da Música com a estreia de uma composição do compositor carlos Caires, intitulada “Canto o presente e também o passado e o futuro” que tem por base o “Manifesto Anti Dantas” de Almada Negreiros e “A arte do ruído” de Luigi Russolo.

No dia 26, o Drumming, grupo de precursão da Casa da Música, vai interpretar, acompanhado de dois pianos, “Ballet Mecanique” de Georges Antheil (1924), com a projeção do filme de Fernand Leger, com o mesmo título, considerado “um ícone do cinema experimental abstrato”, diz Rui Pereira. Neste concerto serão também apresentadas obras de Dmitri Chostakovitch, Henry Cowell, Edgar Varèse e Raphael Cendo.

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