“Poeta maior da música portuguesa, Ary dos Santos continua hoje a ser cantado e a ele se deve alguns dos maiores sucessos de sempre da música portuguesa como ‘Cavalo à solta’, ‘Desfolhada Portuguesa’, ‘Lisboa, menina e moça’, ‘Os putos’, ‘Alfama’, para citar alguns interpretados por algumas das nossas maiores vozes como Amália Rodrigues, Simone de Oliveira, Fernando Tordo e Carlos do Carmo”, disse à Lusa o produtor do espetáculo, Joaquim Lourenço
O espetáculo, adiantou Joaquim Lourenço, “recria canções históricas como ‘Tourada’, ‘Canção de Madrugar’, ‘Estrela da tarde’, ‘O cacilheiro’, ‘ Retalhos da vida de um médico’, com novos arranjos musicais, com recurso a diferentes linguagens, géneros e estéticas musicais, desde a música clássica e contemporânea, ao jazz, passando pelo fado, claro está”.
Ao palco sobem o cantor QuimZé Lourenço, João Guerra Madeira, ao piano, Eduardo Lopes, no contrabaixo, Tiago Ramos, na bateria, cajón e djambé, Naná Sousa Dias, nos saxofones e flauta, Pedro Amendoeira, ma guitarra portuguesa, e ainda a bailarina Leonor Barata, que assina a coreografia. A cenografia e efeitos multimédia são da responsabilidade de Nuno Guedelha,
Depois da Figueira da Foz, o espetáculo “Ary o poeta das canções – 75 anos” sobe, no dia 29, ao palco do Teatro Sá da Bandeira, em Santarém.
No dia 6 de dezembro está em cartaz no Cine-Teatro Municipal João Mota, em Sesimbra, no dia 08 no Teatro-Cine de Pombal, dia 13 no Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, e no dia seguinte no Cine-Teatro S. Pedro, em Abrantes.
A digressão “continuará em 2014, ano dos 30 anos do desaparecimento do homenageado e dos 40 anos da Revolução de Abril, com passagens já asseguradas pelo Centro de Artes e Espetáculos de Portalegre, pelo Pax Júlia em Beja, pelos Recreios da Amadora, pelo Centro Cultural Município do Cartaxo, Teatro-Cine de Torres Vedras, uma sala em Lisboa e outra do Porto”, disse à Lusa Joaquim Lourenço.
A poetisa e ensaísta Natália Correia, no prefácio à antologia de canções de Ary dos Santos, “As palavras das cantigas”, comparou o poeta a Gomes Leal, que “não desejaria melhor sucessor.
“Enraizadamente português”, escreve Natália Correia, salienta que se deve reconhecer na poesia de Ary dos Santos que ”o atributo não se perdeu do literário ao cantável”, antes se transferiu para “uma comunicação mais popularizante, mais comunicante”.
Carlos do Carmo, Simone de Oliveira, Fernando Tordo e Amália foram as vozes que mais cantaram a sua poesia, mas também José Afonso, José Manuel Osório, Tonicha, Luísa Bastos, Vasco Rafael, Teresa Silva Carvalho, Maria Armanda, Beatriz da Conceição e Hugo Maia Loureiro.
Entre as dezenas de temas que escreveu refira-se “Amêndoa Amarga”, “Meu corpo”, “Balada para uma velhinha”, “Fado excursionista”, “Os gatos”, “A Cidade”, “Sete Letras”, “Pedras preciosas”, “Fado do operário leal” e “Mãe solteira”.
Venceu por três vezes o Festival RTP da Canção, em 1969, 1971, 1973 e 1977, respetivamente, com “Desfolhada Portuguesa”, “Menina do Alto da Serra”, “Tourada” e “Portugal no Coração”.
O espetáculo “Ary o poeta das canções – 75 anos” foi estreado em maio passado no Teatro da Malaposta, em Olival de Basto (Odivelas), nos arredores de Lisboa.
@Lusa
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