“O mais especial deste disco foi ter reunido tanta gente – daí o título do álbum – que faz parte da minha vida e da minha vida na música”, disse à agência Lusa a cantora nascida na Guiné-Bissau, mas que foi para Cabo Verde com meses de vida.

“Gente” é o nome do novo álbum que será lançado no próximo dia 15, uma semana depois de um espetáculo no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, que contará com a participação do coletivo Acácia Maior, Amélia Muge, António Zambujo, Fogo Fogo, Fred Martins, Mário Lúcio, Miroca Paris, Paulo Flores e Remna.

Depois do primeiro single “Sol Di Nha Vida”, da autoria de Mário Lúcio, a nova faixa foi divulgada na passada sexta-feira e é um regresso às origens, ou seja, uma canção no crioulo da Guiné-Bissau.

“Eu sou uma cabo-verdiana nascida na Guiné. Eu nasci em Bissau e aos quatro meses fui para Cabo Verde, que é o meu país, o país da minha família, das minhas raízes. Sempre mantive o contacto com a Guiné, muito através da música, da sua cultura, que é trazida por guineenses da diáspora”, contou.

O desejo de gravar uma música da Guiné-Bissau concretizou-se agora, com a ajuda desse “grande representante da música” guineense que é Remna, filho do compositor e poeta José Carlos Schwarz, com quem canta o tema “Singa”.

“Aventuro-me por esse crioulo, que é meu também, apesar de não dominar. É próximo do crioulo da ilha de Santiago, mas é um crioulo lindíssimo, sobretudo cantado”, referiu.

O novo disco de Nancy Vieira tem como produtora principal Amélia Muge, com quem também canta um tema.

E a outra novidade é o fado crioulo que canta com António Zambujo, que conta com a participação do Chullage, um rapper português filho de pais cabo-verdianos.

“Esta música é uma grande novidade do disco. Aventuro-me a cantar um fado, que é um fado diferente (crioulo)”, disse.

Nancy Vieira diz que decidiu trocar as voltas e apresentar o concerto antes do lançamento do álbum, o qual quebra um jejum de seis anos, uma vez que o último disco “Manhã Florida” foi lançado em 2018.