“Masters of War”, “Simple Twist of Fate” e “Gotta Serve Some Body” são as três canções que serão postas à venda em "três discos originais de acetato NeoFidelity Ionic", em "novas e exclusivas gravações de Bob Dylan, criadas durante recentes sessões especiais de estúdio", com o produtor T Bone Burnett, vencedor de vários Grammy, lê-se no comunicado da Christie’s, hoje divulgado.

“Após a compra, cada disco será cortado e revestido com deposição iónica da NeoFidelity e, em seguida, assinado por Bob Dylan e por Burnett", acrescenta a leiloeira.

Estes novos discos, segundo a Christie's, "representam a segunda, terceira e quarta gravações a serem lançadas com a tecnologia Ionic patenteada pela empresa de Burnett, NeoFidelity", depois de outro clássico de Dylan, "Blowin' in the Wind" - o primeiro a usar esta tecnologia - ter sido "o destaque da Christie's London Classic Week, no ano passado".

A disponibilização destes três novos discos acontece assim na sequência da "venda bem-sucedida" dessa gravação recente de "Blowin' in the Wind", concretizada "em julho deste ano, por 1,8 milhões de dólares norte-americanos”, pouco mais de 1,5 milhões de euros.

A canção "Masters of War", que Bob Dylan retomou por diversas vezes ao vivo, vem do seu segundo álbum, "The Freewheelin’ Bob Dylan", de 1963, tendo sido também interpretada por músicos como Pete Seeger, The Roots, Ed Sheeran, The Staple Singers e Eddie Vedder, entre muitos outros.

A mais conhecida versão de "Simple Twist of Fate" foi gravada em setembro de 1974, para o 15.º álbum de estúdio de Dylan, "Blood on the Tracks".

A canção “Gotta Serve Some Body”, associada ao início do chamado 'período gospel' de Dylan, vem de "Slow Train Coming", o 19.º álbum de estúdio do músico, publicado em 1979, e foi premiada com o Grammy de Melhor Atuação Rock Masculina, no ano seguinte.

A nova gravação de “Gotta Serve Some Body”, segundo a Christie's, incluiu uma revisão da letra, recentemente escrita por Dylan.

Bob Dylan, 82 anos, é o nome artístico do cantor, compositor, ator e artista plástico norte-americano Robert Allen Zimmerman, que soma uma carreira de mais de seis décadas e cerca de 40 álbuns originais de estúdio, desde o primeiro, publicado sob o seu próprio nome em 1962, a "Shadow Kingdom", deste ano.

Dylan foi distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 2016.

"Se alguém me tivesse dito que tinha uma hipótese de ganhar o Prémio Nobel, teria pensado que as minhas oportunidades eram tão grandes como estar na lua", escreveu Bob Dylan, no discurso que foi lido na cerimónia de entrega dos prémios pela então embaixadora norte-americana em Estocolmo, Azita Raji, em representação do músico e poeta que não compareceu.