O contributo de Sérgio Godinho para a música portuguesa nos últimos 45 anos vai estar em destaque numa exposição dedicada ao escritor de canções, que "pretende revelar a riqueza e diversidade criativa do seu percurso artístico" também como compositor, dramaturgo, autor, realizador, ator e cantor, segundo divulgou o município de Grândola, no distrito de Setúbal.

A exposição inclui um espaço dedicado às crianças, centrado nas suas canções para a série infantil "Os amigos de Gaspar", nos seus textos da "Árvore dos Patafúrdios" e nos livros "A Caixa", "O Pequeno Livro dos Medos" e "O Primeiro Gomo da Tangerina".

À inauguração da exposição, agendada para o dia 30 deste mês, às 18:00, nos antigos Paços do Concelho, segue-se um concerto com jovens artistas locais com "Canções de Sérgio Godinho revisitadas por Artistas de Cá", às 21:30, no Cine Granadeiro.

O programa de comemorações do Dia da Liberdade decorre até ao final deste mês em várias localidades do concelho, com passeios pedestres e de bicicleta, bailes, teatro e distribuição de cravos.

Mas, com a aproximação do dia 25 de Abril, a celebração acentua-se na "vila morena", eternizada no poema de José Afonso que deu origem à música que viria a ser escolhida como uma das senhas da revolução, levando o nome de Grândola a ser cantado simbolicamente na efeméride em todo o país.

Na noite de 24 de abril, antes de um concerto com Tiago Bettencourt, que vai ter como convidada em palco Raquel Tavares, há animação de rua, a partir das 20:15, com a orquestra de percussão "Batucando" e com a banda da Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense (SMFOG) e ainda uma "corrida da liberdade".

A chegada do 25 de Abril é assinalada com um espetáculo piromusical, às 00:20. As comemorações continuam durante a manhã, com o tradicional hastear da bandeira, nos Paços do concelho.

A efeméride é "sempre uma festa" em Grândola, assume, com orgulho, o presidente da câmara municipal, António Figueira Mendes (CDU), em declarações à agência Lusa, considerando que se trata de uma data "comemorada com grande sentimento", até pela "responsabilidade que os militares de abril" atribuíram à "Vila Morena".

O autarca, que foi também o primeiro presidente da Câmara de Grândola eleito após o 25 de abril de 1974, recordou que a festa nos anos que se seguiram à revolução era feita de outra forma.

"A 24 de abril, havia um conjunto de pessoas que nessa noite não se deitava, trazia petiscos de casa e ficava em Grândola, para de manhã assistir ao hastear da bandeira", relatou, aproveitando para destacar o contraste que existe na "forma como se olha para as instituições" e para a "política" hoje em dia.

"A política está desacreditada, mas a política é uma atividade nobre, as pessoas que estão nessa atividade devem dar o seu contributo para ajudar o seu país, o seu concelho a resolver os problemas e só o devem fazer nesse sentido", disse.

António Figueira Mendes defendeu, por isso, a necessidade de "mobilizar a juventude", lembrando que é ela que tem de "dirigir o país no futuro".