A festa, inicialmente organizada pelos baleeiros, para homenagear a sua padroeira, Nossa Senhora de Lourdes, passou a ter, com o passar dos anos, uma vertente mais popular e não apenas religiosa, transformando-se num dos festivais de música de verão no arquipélago.

Situado na costa sul do Pico, a vila das Lajes (que segundo os historiadores foi a primeira localidade a ser povoada na ilha), ficou conhecida como vila baleeira, devido ao impacto económico e social que a atividade da baleação teve na população local.

Numa altura em que a subsistência das famílias na ilha do Pico dependia, em grande parte, da atividade agrícola e das pescas, a caça à baleia assumiu um importante papel em quase todo o concelho das Lajes do Pico, devido à passagem dos cachalotes (a baleia mais comum nos Açores), junto à costa sul da ilha.

Depois da caça à baleia ter sido extinta nos Açores, a vila das Lajes continuou a estar ligada aos cachalotes, devido à presença de várias empresas de observação de baleias e golfinhos, que se instalaram na vila, aproveitando a proximidade da rota dos cetáceos.

Atualmente, o Museu dos Baleeiros, um dos mais visitados nos Açores, mantém viva, na vila das Lajes do Pico, a história da baleação para os turistas que visitam a ilha.

Foi exatamente esse impacto que a atividade da baleação deixou na identidade das Lajes do Pico, que o presidente da Câmara Municipal das Lajes do Pico, Roberto Silva, enalteceu na apresentação do programa dos festejos.

"Nesta celebração da cultura da baleia enaltecemos os Baleeiros, observamos os botes, as casas e os museus, vivemos as tradições e as crenças, em reencontros emocionados, sentimos a música a arte e a literatura, projetamos a investigação científica, a proteção e a educação ambiental, e prosseguimos com a candidatura da cultura da baleia a património da Unesco", destacou o autarca.

É neste ambiente histórico e cultural que vai decorrer a Semana do Baleeiros, onde além de espetáculos musicais com artistas nacionais, estão também previstas as atuações de filarmónicas, grupos folclóricos, orquestra juvenil e municipal, e também um desfile etnográfico e uma feira de artesanato.