Viagens e descobertas, do sul até ao norte, plasmados num álbum que explora e experimenta sem ter medo de arriscar. “Insular” é o terceiro disco da cantora angolana Aline Frazão, cujo adocicado da voz conquistou fãs muito para além das fronteiras da sua Angola.

Em entrevista ao SAPO, Aline Frazão falou sobre a experiência de gravar o disco na ilha escocesa de Jura, num ambiente de acalmia e com uma paisagem de tons mais esbatidos, em relação ao turbilhão de cores e agitação que é Luanda.

“Este disco é um passeio pelas várias concessões de ilha e uma reflexão sobre a solidão e o estar em contacto”, explica a cantora. Contrariando a influência das sonoridades africanas, Aline procurou neste terceiro disco trazer outras referências para a sua música, proporcionando um “encontro improvável” entre músicos e estilos que lhe permitisse explorar e libertar-se das etiquetas.

“Clave Bantu”, o seu primeiro trabalho, foi o disco da autenticidade e da expressividade, que abraçou o jazz. Seguiu-se “Movimento”, um álbum mais luandense, onde Aline se aprimorou na composição e no estilo. “Insular” surge como uma ruptura, tendo uma sonoridade muito própria e que a cantora admite não ser de amor à primeira vista. “Se entrarmos no disco e lhe dermos tempo ele torna-se especial. Tenho a sensação de que vai ser um disco especial na minha carreira”, afirma.

A cantora aguarda agora pelo momento-chave em que fará a ponte entre a música e o público e poderá sentir como os diferentes públicos o recebem.

Depois dos concertos em Portugal, Aline Frazão quer atuar em Angola, embora admita não ser tarefa fácil encontrar o espaço certo, o promotor certo e a logística necessária, mas espera conseguir fazê-lo em breve. Moçambique e Cabo Verde também estão no “roadmap” de concertos e entre as prioridades para este ano.