Embora reduzido, o recinto lentamente ia-se compondo, e mais e mais fãs chegavam para puder assistir ao regresso dos alemães que, embora com uma nova formação, permaneceram com a voz “forever young” de Marian Gold que prontamente nos recebeu ao som de “Homeos”, completamente vestido de preto da cabeça aos pés, não fosse o seu peso ser bastante diferente da imagem já distante dos seus anos de juventude.

“Muito bem vindos! Obrigado”, foram as primeiras palavras de Marian antes de passar para a próxima canção.

De seguida, “I Die For You Today”, “Gravitation”, “Heartbreak City” e “Rendezvoyeur” passaram a ritmo acelerado, sem que houvesse qualquer tipo de pausa para comunicar com o público, ou simplesmente para descansar ou beber um pouco de água.

Contudo, não houve forma de parar o público à chegada de “Big In Japan”, um dos três singles da banda a fazer parte do Top 20 de vários países com o lançamento do álbum de estreia da banda, “Forever Young”.

Uma vez subida a fasquia, tanto o público como a banda em palco pareciam ter mudado. Os ânimos exaltaram-se, mas no bom sentido, e o concerto prosseguia ao som de “Dance With Me”, onde não havia ninguém que conseguisse permanecer na sua cadeira, acedendo ao pedido do cantor e à letra da música ao dançar sem parar.

Embora a energia e disposição em palco tenha melhorado significantemente, as palavras eram ainda curtas para o vocalista alemão, tendo proferido o seu primeiro “obrigado” da noite após “Heaven on Earth”, canção que foi seguida de “Around the Universe” e “Jerusalem”.

Com as projeções dos ecrãs em mudança constante, foi com “Nevermore” que o grupo mostrou a sua faceta mais negra, tendo optado por um conjunto de luzes psicadélicas e um cenário negro durante toda a sua performance, numa canção onde Marian sugeria que todos nós sabemos distinguir o bem e o mal, mas que por vezes preferimos fingir que não.

Após “A Victory of Love”, eis que o Natal chegou mais cedo para a toda a plateia que ali estava presente, tendo sido brindados com a afamada “Sounds Like a Melody”, seguida da mina de ouro da banda formada em 1982, “Forever Young”, que antes de ser o single e álbum mais popular do grupo, chegou a ser o nome do mesmo antes da adoção do nome Alphaville. “We love you”, foi o que se ouviu na despedida para o encore.

Após uma merecida pausa, onde Marian relembrava que na verdade já não eram novos, o grupo regressou com toda a garra, provocando o público ao testar a sua vivacidade antes de prosseguir com “The Jet Set”, onde o vocalista teve o seu pequeno momento de choque ao reparar que o guitarrista da banda se juntava ao teclista que tocava no seu teclado como se este fosse uma guitarra elétrica, sustentando o peso nas suas pernas e ombros.

Sempre em boa disposição, e já sem conseguir com que o público se mantivesse sentado nas suas cadeiras, ainda houve tempo para “Song For No One but Myself” e “Monkey in the Moon”, tendo sido “Beyond the Laughing Sky” a música escolhida para encerrar esta noite de clássicos num tom mais sério e de despedida. Por fim, juntando-se todos de braços dados, o grupo reuniu-se em palco para dizer adeus ao público português. (Ou terá sido um “até já?”)