O filme “O Fio do Horizonte” (1992), de Fernando Lopes, é baseado no romance homónimo do escritor italiano, e após a sua projeção segue-se um debate que conta com a participação dos investigadores Luigi Surdich e Roberto Francavilla, da mesma universidade.

A homenagem ao escritor natural de Pisa acontece na semana em que em Portugal é pela primeira vez editado, numa tradução de Idalette Caçoilo, o seu romance de estreia, "Praça Itália", com a chancela das Publicações D. Quixote.

"Este é o primeiro livro de Antonio Tabucchi, mas estão já nele todos os elementos das suas obras mais maduras, desde 'O Jogo do Reverso' a 'Afirma Pereira': o duplo, o gosto pelos equívocos, o fascínio épico, a tensão moral", disse à agência Lusa fonte editorial.

"Nestas páginas, o autor recria com humor e uma subtil melancolia um mundo campesino, arcaico, hoje desaparecido, e reconstrói com fantasiosas invenções uma anti-história da Itália do lado dos vencidos, uma fábula popular impregnada do sentido secreto, mas não obscuro, da fragilidade da vida", rematou a mesma fonte.

Hoje, ainda em Génova, após o debate são apresentadas as obras “Antonio Tabucchi contista: Entre a incerteza do sentido e os equívocos da experiência”, da investigadora brasileira Erica Salatini, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, e “Rua da Saudade 22 – Entrevistas para Antonio Tabucchi”, de Riccardo Greco e Diego Perucci, uma recolha de entrevistas feitas a amigos e colegas de Tabucchi, depois da sua morte.

Para “ilustrar esta série de amigáveis e tocantes testemunhos, será apresentado o documentário homónimo realizado por um grupo de jovens artistas e cineastas de Siena [no centro de Itália], Diego Perucci, Matteo Garzi e Samuele Mancini, que respondem conjuntamente ao nome de Doutor Cardoso”.

Tabucchi editou em 1973 o seu primeiro romance, "Praça Itália" e, em 2013, a título póstumo, foi publicado em Itália o romance “Para Isabel", editado em Portugal em 2014.

Segundo dados da editora portuguesa, Tabucchi foi autor de 30 títulos, entre romances, contos, ensaios e peças de teatro, que foram traduzidos e admirados em muitas línguas, alguns deles adaptados ao palco ou ao grande ecrã, como aconteceu com “Noturno Indiano”, pelo qual recebeu em 1987 o Prémio Médicis para o melhor livro estrangeiro, “Pequenos Equívocos sem Importância”, “Requiem”, escrito diretamente em português, “Afirma Pereira” e “Tristano Morre”, que a revista Lire distinguiu em 2004 como “o melhor livro do ano”.

Antonio Tabucchi morreu aos 68 anos, em Lisboa, no dia 25 de março de 2012.