O livro "O Ar da Manhã", que reúne o conjunto de poemas que António Gancho (1940-2005) confiou ao seu amigo Herberto Helder (1930-2015) para publicação em 1995, é reeditado pela Assírio & Alvim.

“Sobre o que a poesia se não há de pronunciar eu sei:”, assim é o primeiro verso do poema “Sobre a ordem da poesia”, que abre este livro. Esta edição inclui ainda as secções, segundo nota da editora, “Gaio do Espírito” (1985/1986), “Poemas Digitais” (1989) e “Poesia Prometida” (1985), da qual fazem parte, entre outros, os poemas “Principalmente a Deus”, “Pátria” e “Pisgar”.

António Gancho, natural de Évora, faz parte da geração literária dos surrealistas, intelectuais e artistas que frequentavam o Café Gelo, no Rossio, em Lisboa. Gancho passou grande parte da sua vida em instituições psiquiátricas e, em 1990, publicou o romance “As Dioptrias de Elisa”, lançando, cinco anos depois, “O Ar da Manhã”.