Dylan não compareceu à cerimónia de 10 de dezembro alegando "outros compromissos". O cantor enviou um discurso de agradecimento no qual se confessava surpreendido por ver seu nome ao lado de autores como Rudyard Kipling, Albert Camus ou Ernest Hemingway.

A Academia Sueca, que espera um discurso de aceitação, tradicionalmente mais longo, afirmou que não sabia se o músico aproveitaria a viagem para os concertos programados em Estocolmo, para 1 e 2 de abril, e dia 9 em Lund. "Deve pronunciá-lo, é a oportunidade, mas não sabemos nada", disse à AFP um dos membros, Per Wästberg.

Wästberg havia chamado Dylan de "mal-educado e arrogante" pelo silêncio após o anúncio do prémio, mas a secretária permanente da instituição, Sara Danius, respondeu que havia recebido "respostas muito amáveis" da equipa do cantor.

A decisão do artista de não comparecer à cerimónia foi amplamente debatida na Suécia, onde foi interpretada como um repúdio à Academia Sueca e à Fundação Nobel. No sábado, a embaixadora dos Estados Unidos na Suécia, Azita Raji, foi a responsável por ler o texto em que Bob Dylan se confessou "honrado".

"Se alguém me tivesse dito que tinha alguma possibilidade de ganhar um prémio Nobel, teria pensado que tinha tantas hipóteses como a ir à lua", escreveu.

Os vencedores do Prémio Nobel recebem uma medalha de ouro, um diploma e um cheque de oito milhões de coroas suecas (823.000 euros).