O TAGV arranca a nova temporada com a vontade de vincar os eixos "de identidade do teatro universitário na cidade", centrando-se na "criação, experimentação, formação e reflexão", num momento em que Coimbra conta com um novo espaço cultural - o Convento São Francisco -, disse à agência Lusa o diretor do teatro, Fernando Matos de Oliveira.

Nesse sentido, durante a nova temporada, para além de espetáculos, o teatro vai querer afirmar o seu Centro de Dramaturgia, com "mais parcerias", e lança o Laboratório de Investigação e Práticas Artísticas, que vai permitir gerar colaborações fora da Universidade de Coimbra, acolhendo coletivos e projetos "de pequena e média dimensão", explanou o diretor que falava à Lusa à margem da apresentação da temporada.

A nova temporada do TAGV arranca no próprio Convento São Francisco, com o espetáculo "Cut, frame and border", no âmbito do projeto de formação teatral europeu École des Maîtres, encenado pela brasileira Christiane Jatahy.

Ao longo da temporada, vão passar por Coimbra o multi-instrumentalista Bruno Pernadas que apresenta o seu novo álbum no dia 24, Urândia Aragão estará em residência artística e apresenta a sua nova criação "um líquido que queria ser sólido" (dia 30) e John Romão leva a cena "Náufrago", a partir de um texto de Thomas Bernard, e que conta com o regresso do encenador Nuno Cardoso como ator (07 de outubro).

A 25 de setembro, o palco do TAGV é também o local escolhido para a estreia da Orquestra Académica da Universidade de Coimbra, criada a partir de uma colaboração entre a Universidade e a Tuna Académica de Coimbra, contando com a participação de estudantes, ex-estudantes, docentes e funcionários.

O coreógrafo e ‘performer' João Fiadeiro apresenta a 14 de outubro "O que fazer daqui para trás", em que o artista explora o tempo, seja "duracional, suspenso, intervalar".

A 11 de novembro, no âmbito dos 40 anos da companhia ACERT, de Tondela, o TAGV recebe a peça "E agora?", criada a partir de textos de Gonçalo M. Tavares.

No ciclo "Performance agora", que se centra em artistas que "escrevem e que criam e que pensam", o TAGV acolhe seis criadores, acrescentou Fernando Matos de Oliveira.

Na programação de cinema, que na última temporada contou com 15 mil espetadores, o diretor sublinhou que pelo teatro serão exibidas "novas cinematografias e cineastas do cinema independente em torno de antologias", para além do acolhimento do festival Caminhos do Cinema Português e da Festa do Cinema Francês.

Segundo o diretor do TAGV, a última temporada contou com cerca de "70 mil espectadores", sendo que quase metade das vendas foi efetuada a partir da bilheteira online.