Após terem atuado duas vezes em Portugal, ambas no festival de Paredes de Coura (em 2014 e 2016) e com considerável adesão, os Cage the Elephant pareciam uma aposta segura para um concerto em nome próprio por cá. E não só há quem continue a querer ver estes norte-americanos radicados em Londres como o interesse do público levou a que os bilhetes para o Hard Club, espaço no qual a banda deveria atuar a 6 de fevereiro de 2017, esgotaram em poucas horas, segundo a Everything is New, promotora do espetáculo.

Mas quem não conseguiu bilhete para o regresso do quarteto tem agora uma nova oportunidade para o ver, uma vez que o espetáculo transitou para o Coliseu do Porto, informou a promotora em primeira mão ao SAPO Mag. Os bilhetes para o Hard Club são válidos para a plateia em pé do Coliseu do Porto, mas quem quiser devolvê-los deverá fazê-lo no local de compra até dia 18 de dezembro (os preços para o Coliseu variam entre os 24 e os 30 euros).

Se muitos fãs agradecerão a mudança, esta também é uma boa notícia para o grupo, garante o Brad Shultz, o guitarrista, em entrevista telefónica. "Uma das coisas que me lembro de ter tido impacto para nós foi a energia de todo o público, o entusiasmo genuíno pela música. Da primeira vez que atuámos em Portugal, pensámos que essa excitação se devesse ao facto de nunca termos estado aí, mas quando regressámos a reação foi a mesma. Demos mesmo conta da paixão das pessoas", recorda.

E depois desse acolhimento expressivo, o que espeorar deste reencontro? "Vai se um bocado mais pessoal do que das ocasiões anteriores, já que agora vamos atuar num espaço fechado. Mas um espaço fechado mais amplo do que aquele com o qual estávamos a contar à partida, uma vez que a sala esgotou em pouco tempo. Mas estamos a contar que o público seja igualmente louco e que possa estar à vontade", avança o músico.

O que já passou e o que aí vem

Com quatro álbuns no currículo, o primeiro editado em 2008, os Cage the Elephant têm sido uma das bandas mais bem sucedidas na revisitação de um garage rock com tarços de blues e punk. A fórmula está longe de ser original, mas tem-lhes garantido um público fiel, sobretudo depois do terceiro disco, "Melophobia" (2013), que lhes deu maior visibilidade. Mas o pretexto para a digressão atual é "Tell Me I'm Pretty", editado em dezembro de 2015, embora o público possa contar com temas mais antigos nos concertos. "Geralmente tocamos canções de todos os discos. Algumas dos primeiros dois, muitas do terceiro, e grande parte do alinhamento com temas do último. Gostamos de passar por todos", diz-nos Shultz, que não garante, no entanto, que o público va ouvir canções novas no Coliseu do Porto. "Estamos constantemente a compor, a pensar em novos temas. Ainda não temos nada fechado mas há novidades a caminho."

Por vezes comparados aos Arctic Monkeys ou aos Black Keys, a aproximação dos Cage the Elephant aos segundos saiu reforçada no último disco, que teve Dan Auerbach, metade da dupla norte-americana, como produtor. "Somos amigos dele e respeitamos muito o seu percurso. E como acho que essa admiração é recíproca, foi fácil colaborarmos. Gostamos da forma como ela pensa nas canções e julgo que isso se notou no último álbum", conta o guitarrista. Uma parceria a manter no próximo disco? "Ainda não pensámos nisso, mas adorámos trabalhar com o Dan, portanto é definitivamente uma possibilidade. Mas ainda não pensámos mesmo no que queremos para o próximo album", realça. Foquemo-nos então num dos próximos concertos, o tal que marca o regresso a Portugal, que não só está garantido, como revisto e aumentado...