O Festival Flamenco e Fado Badajoz, organizado pelo Consórcio López de Ayala e patrocinado pelo governo regional da Estremadura espanhola e pelo Ayuntamiento de Badajoz, vai ter lugar no Auditório Municipal Ricardo Carapeto, na cidade espanhola que faz fronteira com o concelho português de Elvas, no distrito de Portalegre.

Antigamente designado como BADASOM, o festival já leva 10 anos de programação, lembrou hoje a representação em Portugal da Junta da Extremadura, realçando que, a cada ano, Badajoz “recebe o melhor do fado e do flamenco”.

O certame, continuou, tornou-se um “ponto de encontro anual entre as duas músicas mais representativas de Espanha e de Portugal”, ambas detentoras do “selo” de Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

“Badajoz é, sem dúvida, a capital transfronteiriça da Estremadura, com uma estreita relação cultural, social e comercial com os vizinhos da raia” e o festival possibilita que “o público espanhol possa descobrir o fado” e que “os vizinhos portugueses desfrutem com o flamenco”, destacou a organização.

O “pontapé de saída” do evento vai ser dado, na noite de 6 de julho, pelo Ballet Nacional de Espanha, que apresenta as suas coreografias “Zaguán” e “Alento”, dirigidas por Antonio Najarro.

A primeira, segundo os organizadores é um ballet flamenco em que “jovens artistas do panorama atual” vão mostrar “o seu vocabulário, estilo e ‘selo’ pessoal”.

Quanto à coreografia “Alento”, é apresentada como “um reflexo vivo do estilo de Najarro enquanto criador, assim como da sua visão pessoal da dança clássica espanhola”.

A 2.ª jornada do festival conta com uma dupla atuação, também à noite, com o flamenco e o fado a partilharem o palco.

“Mediterrâneas” é o tema da 1.ª parte do espetáculo, em que “duas potentes vozes, a da israelita Noa e a da espanhola Pasión Veja”, vão “partilhar e unir os seus diferentes estilos e géneros”, disse a organização.

O protagonista da 2.ª parte do espetáculo vai ser o fado, levado até Badajoz pelo mestre da guitarra portuguesa António Chaínho.

“Herdeiro de uma singular tradição, com mais de 50 anos de carreira”, o músico português “interpreta as múltiplas emoções que saem da sua guitarra, conduzida pelo seu inigualável talento”, realçaram os organizadores.

O último dia do Festival de Flamenco e Fado, a 8 de julho, vai ser preenchido com o espetáculo “Família Porrina”, com vários artistas e músicos de flamenco, e um concerto pelo fadista Camané, “que se destaca por possuir uma especial sensibilidade musical e uma voz única na arte de cantar o fado”.

Em edições anteriores, já passaram pelo certame diversos artistas portugueses, como Carminho, Cuca Roseta, Dulce Pontes, António Zambujo, Carlos do Carmo, Cristina Branco, Mariza, Paulo de Carvalho, Gisela João ou Sara Tavares.