Na sua carta de renúncia do conceituado Tabernacle Choir, publicada na sua conta no Facebook, Jan Chamberlin disse que "passou muitas noites em claro e dias de agonia" debatendo-se sobre se devia cantar ou não a 20 de janeiro.

"Não poderia olhar-me novamente no espelho com respeito", escreveu a cantora, que estava no grupo há cinco anos.

"Só sei que não poderia 'atirar rosas a Hitler'. E sei, sem dúvida, que não poderia cantar para ele", Trump, acrescentou.

Chamberlin disse ainda que respeitava a filosofia de neutralidade política do coro, que aceitou cantar na cerimónia de tomada de posse de Trump, em Washington.

"Também sei que, olhando de fora, parecerá que o coro está a apoiar a tirania e o fascismo", observou.

A sua carta pública foi difundida uma semana depois de ter sido confirmado que os 360 membros deste coro, que tem uma longa tradição de atuações para presidentes, e as Radio City Rockettes estariam no evento.

Um porta-voz da igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias, encarregada do coro, disse à AFP que não comentaria a decisão de Chamberlin. Explicou apenas que a decisão de cantar na cerimónia era de cada membro e que a atuação se limitaria a um número reduzido de intérpretes por uma questão de espaço.

"A participação do coro mantém a sua longa tradição de se apresentar a presidentes americanos dos dois partidos em cerimónias de tomada de posse e outros eventos e não tem um apoio partidário implícito. É uma demonstração do nosso apoio à liberdade, civilidade e transição pacífica do poder", explicou o porta-voz, Eric Hawkins.

Enquanto isso, circula uma petição nas redes sociais, apelando ao coro para não atuar. Na sexta-feira, a convocação tinha mais de 23.000 assinaturas.

Só um punhado de artistas apoiou a candidatura de Trump, que procurou artistas de alto nível para cantar no evento de 20 de janeiro, entre eles Elton John, que rejeitou o convite.