A cantautora lançou o álbum a 03 de fevereiro e vai apresentá-lo no Maus Hábitos, no Porto, na próxima quinta-feira, no Centro Cultural Caldas da Rainha, no dia seguinte, e no Auditório Municipal do Sabugal, a 18 de fevereiro.

As primeiras ideias e conceitos que viriam a formar o novo disco, contou à Lusa, nasceram “numa visita à cidade de Lisboa”.

“Vim a Portugal há muito tempo, acompanhar uma violoncelista. Tocámos em Lisboa, Guimarães e no Porto. Apaixonei-me por Lisboa, de verdade. Penso que as sementes de ‘The Salted Air’ foram inspiradas por essa visita. Achei a cidade um dos sítios mais inspiradores onde já estive”, acrescentou a artista, que nos concertos em Portugal estará acompanhada da violinista Basia Bartz e da percussionista Elizabeth Nott, o que trará “uma versão mais despida das canções, sem a orquestra e o coro”.

Entre as inspirações de Nina Simone, Leonard Cohen ou Stina Nordenstam, na música, ou Pablo Neruda, Adonis e Don Paterson na literatura, a artista de nacionalidade inglesa e libanesa também encontrou “o fado e a História de Portugal, alguns escritores e músicos” durante a primeira viagem a Portugal.

Quanto aos temas patentes no álbum, que sucede ao EP “A Song to the City”, de 2010, e a “Cuts from The Inside”, lançado em 2005, Nadine explicou que a linha “minimalista” mantém-se num disco “algo atmosférico”.

“Procurei as ideias de presença, perda, de estar deslocada, de transformação e do regresso a casa. No lado instrumental, há órgão, guitarras elétricas, percussão e segundas vozes”, detalhou.

As raízes do Médio Oriente, em particular do Líbano e da Jordânia, de onde são naturais os pais, “não se sentem muito” no lado instrumental, mas nas letras, onde Nadine faz referência “a muitas imagens da infância e memória de Beirute”.

O álbum foi gravado numa sessão ao vivo numa cave dos estúdios Toybox, o que aconteceu porque “o tempo de gravação era limitado” e porque a “atmosfera de várias pessoas juntas numa sala, com o maior número de instrumentos possível” ligava com o tema do álbum.

“The Salted Air” foi produzido por John Parish, produtor que já trabalhou com PJ Harvey, Tracy Chapman ou Eels. “Foi um privilégio. Estava um pouco nervosa, mas ele é muito terra-a-terra e ajudou-me muito, consegue sons fantásticos”, contou a cantora.