O criador de “Por morrer uma andorinha” atua no formato de que mais gosta e que julga "mais adequado a esta sala": "O Carlos do Carmo, com os seus acompanhantes habituais, vem cantar fado tradicional. Tão simples e tão novo. Tão emocionante, tão bom, vai ser”, afirma em comunicado Miguel Lobo Antunes, administrador da Culturgest.

Carlos do Carmo, de 77 anos, é acompanhado na guitarra portuguesa por José Manuel Neto, na viola, por Carlos Manuel Proença, na viola baixo, por Marino de Freitas, todos músicos já distinguidos com o Prémio Amália.

No comunicado, Miguel Lobo Antunes revela etapas da amizade que tem com o fadista: “Tenho a sorte de o Carlos do Carmo me beneficiar com a sua amizade; conhecemo-nos a propósito da Europália 91 – Portugal, um enorme festival que mostrou diversas facetas da cultura portuguesa na Bélgica em 1991, escolhi o Carlos [do Carmo] para ir fazer a segunda parte de um concerto de fado”.

“Ainda guardo a lembrança da maravilha que foi esse concerto. Quando estive no Centro Cultural de Belém [em Lisboa] convidei-o a ir ao grande auditório”, conta o responsável, referindo que não tinha convidado para atuar na Culturgest “por acanhamento”.

“É uma sala pequena. Achava que ele era grande demais para ela”, mas num fortuito encontro na noite lisboeta o fadista “à despedida, quase de raspão”, afirmou o seu interesse em cantar na Culturgest, enquanto Miguel Lobo Antunes se mantivesse à frente da instituição.

Refira-se que Lobo Antunes anunciou que em abril deste ano deixará as atuais funções e se reformará, após mais de uma década à frente da instituição.

Em declarações à agência Lusa, em dezembro do ano passado, o jurista afirmou que pretende sair em abril por razões pessoais, nomeadamente por estar perto dos 70 anos.

“Vou sair da Culturgest em breve, por isso era preciso que o concerto fosse no princípio do ano. Não tinha orçamento. A combinação teria que ser rápida”, escreve Miguel Lobo Antunes, desde 2004 na direção da Culturgest.

Carlos do Carmo, filho da fadista Lucília do Carmo (1919-1998) recebeu um Grammy Latino Carreira, em 2014. Do seu repertório constam vários temas assinados por Bocage, Almeida Garrett, Frederico de Brito, Ary dos Santos, Joaquim Pessoa, Manuel Alegre, José Saramago, Vasco Graça Moura, Nuno Júdice, Júlio Pomar, Maria do Rosário Pedreira e compositores como Victorino d'Almeida, Fernando Tordo, Nuno Nazareth Fernandes, Martinho d'Assunção, José Luís Tinoco, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho, José Niza e Mário Moniz Pereira, entre outros.

O primeiro disco foi editado em 1963, com o título "Mário Simões e o seu Quarteto apresentando Carlos do Carmo", ao qual se seguiu, em 1964, "Carlos do Carmo com a Orquestra de Joaquim Luís Gomes".

Em 1967, a Casa da Imprensa distinguiu-o com o Prémio Melhor Intérprete e, em 1970, atribuiu-lhe o Prémio Pozal Domingues para o Melhor Disco do Ano, o seu primeiro álbum, "O Fado de Carlos do Carmo", em 1969.

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