“Este convívio, em que prestamos homenagens a alguns nomes, tornou-se uma tradição, Este ano, por exemplo, destacamos o guitarrista António Parreira”, disse à Lusa fonte da organização.

António Parreira, de 70 anos, é atualmente professor de guitarra portuguesa no Museu do Fado e editou, em maio último, um CD com os seus dois filhos, Paulo e Ricardo, “Guitarra portuguesa por António, Paulo e Ricardo Parreira”, que “apresenta guitarradas tradicionais, revisitando a tradição e homenageando os seus grandes intérpretes”, disse à Lusa António Parreira, que toca há 40 anos.

Em março de 2014, o músico publicou “O livro dos fados – 180 Fados Tradicionais em partituras”.

Em declarações à Lusa, António Parreira realçou o papel daqueles “menos visíveis, mas não menos brilhantes” no universo fadista, que sendo menos conhecidos do grande público “são indispensáveis para a criação fadista”.

“A guitarra portuguesa faz parte da cultura portuguesa, e esta não se constrói somente pelo relevo dos protagonistas mediáticos, é também suportada pelas figuras menos conhecidas do grande público, talvez mais discretas, mas não menos brilhantes, e que trabalham para manter as nossas tradições, para continuarmos o amanhã”, afirmou António Parreira.

“Há que manter o respeito pela autenticidade da herança que estas grandes mestres, como Armandinho, e outros, nos passaram”, acrescentou.

No ano passado, O Luso homenageou o fotógrafo Álvaro da Silva Resende, conhecido no meio fadista como “o Barão”, que morreu em 2005.

Em 2014, foi homenageada a fadista Maria Amélia Proença, de 78 anos, tendo sido descerrada uma lápide naquela espaço, que é apontado como “a catedral do fado”.

No convívio fadista de sábado à noite, participam, entre outros, os fadistas Marina Rosa, Augusto Ramos, Hugo Prazeres, Teresinha Landeiro, Liliana Martins, Filipa Carvalho, Liana, Filipa Tavares e Sérgio Silva, e os músicos António Barbosa (violinista), Fernando Costa (baixista), Bruno Chaveiro e António Martins (guitarristas) e Miguel Costa (violista).

O Café Luso abriu portas em 1927, na avenida da Liberdade, em Lisboa, e, em 1939, passou a ocupar as cocheiras e celeiro de um antigo palácio do século XVII, na travessa da Queimada, no Bairro Alto.

Em 1932, o jornal Guitarra de Portugal noticiava “a fama extraordinária do Café Luso, [cujos] créditos que o assinalam, já o consagram como sendo a melhor casa de recreio e de fado de todo o país” e referia que reunia "os mais afamados nomes".

Amália Rodrigues (1920-1999) e Cidália Moreira foram duas das fadistas que gravaram um álbum, com público, no Café Luso, que foi também cenário de várias transmissões radiofónicas, palco de diversos concursos de fado.

O fado foi proclamado, a 27 de novembro de 2011, Património Imaterial da Humanidade pelo VI Comité Inter-Governamental da UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e Cultura, que reuniu em Bali, na Indonésia. A candidatura portuguesa foi considerada exemplar pelos peritos da UNESCO.

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