O concerto, dirigido pelo maestro Rui Pinheiro, é protagonizado pelos cantores líricos Sandra Medeiros, Cátia Moreso, Mário João Alves e Rui Baeta, acompanhados pelo Coro do TNSC e a Orquestra Sinfónica Portuguesa.

O programa, composto por obras de compositores portugueses setecentistas, reflete a importância que teve na vida musical portuguesa o Real Seminário de Música da Patriarcal de Lisboa, fundado em 1713 por D. João V.

“Foi das classes do Real Seminário que saíram quase todos os compositores portugueses setecentistas, bem como numerosos cantores e organistas que viriam a ocupar importantes posições em múltiplas instituições luso-brasileiras”, realçou à Lusa fonte da organização do concerto.

A primeira parte é integralmente preenchida por obras religiosas: de Carlos Seixas (1704-1742), será cantado o “Credo” da sua Missa em Sol Maior, e de Francisco António de Almeida (1745-1799), uma ária de “La Giuditta”, oratória estreada, em Roma, em 1726.

Ainda na primeira parte, de João de Sousa Carvalho (1745-1799), que foi o primeiro mestre da capela do Seminário da Patriarcal, serão interpretados dois excertos da Missa a Quatro Vozes e do Te Deum, e, de António Leal Moreira (1758-1819), que foi o primeiro diretor do Teatro Real de São Carlos e também mestre da patriarcal, serão interpretados dois excertos do Te Deum Laudamus, composto em 1786.

Na segunda parte será interpretado o Te Deum em Ré Maior, de Marcos Portugal (1762-1830). Este Te Deum Laudamus foi composto expressamente para celebrar o nascimento do infante D. Miguel, que chegou a ser coroado rei de Portugal, e foi estreado a 14 de novembro de 1802, no Palácio de Queluz, por ocasião do batizado do filho de D. João VI e D. Carlota Joaquina.

O Seminário da Patriarcal entrou em declínio com a saída da Família Real para o Brasil, em 1808, e, em sua substituição, por iniciativa de Almeida Garrett e João Domingos Bomtempo, foi criado o Conservatório, em 1835.

A investigadora Cristina Fernandes, que em 2013 organizou uma exposição na Biblioteca Nacional, em Lisboa, sobre esta instituição de ensino artístico, afirmou à Lusa que “a principal missão do Seminário incidia na formação de músicos para a [Sé] Patriarcal, mas a sua ação pedagógica foi muito mais ampla [e] das suas classes saíram quase todos os compositores portugueses setecentistas importantes”.

Dos “seus discípulos mais talentosos, entre 1716 e 1722, foram selecionados os primeiros bolseiros da Corte para aperfeiçoar os estudos musicais em Roma, dos quais se destacam António Teixeira, João Rodrigues Esteves e Francisco António de Almeida, todos compositores de elevado mérito”, disse.

Lisboa tem a distinção de Patriarcal desde a bula de 07 novembro de 1716, que deu essa categoria à então capela real, no Paço da Ribeira, destruído no terramoto de 1755. Uma distinção que, no mundo ocidental, além da capital portuguesa só tem a cidade italiana de Veneza.

Os primeiros mártires católicos lisboetas foram Veríssimo, Máxima e Júlia, em finais do século III, venerados na igreja de Santos-o-Velho, e o primeiro bispo conhecido foi Potâmio, em meados do século IV, que interveio nas polémicas doutrinais do cristianismo da época.

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