“O cravo é estreado este ano, ou seja, a partir de novembro haverá dois cravos Antunes 'tocáveis', no museu, os únicos existentes em Portugal desta época, com possibilidade de serem usados em recitais: um de 1758, que também faz parte do espólio do museu, e este, da mesma oficina, datado de 1789”, disse à agência Lusa fonte do museu.

O cravo Antunes de 1789 vai ser restaurado por Geert Karman, que tem oficina em Cascais, e que já restaurou outros instrumentos históricos do museu assim como o pianoforte do Palácio Queluz.

O famoso Cravo Antunes, datado de 1758, está classificado como Tesouro Nacional. Foi construído por Joaquim José Antunes e “é testemunho único da extremada técnica de construção portuguesa de setecentos, em que se reconhece uma forte e bem estabelecida tradição de artesanato musical com orientações próprias", explicou a mesma fonte.

Este cravo é “internacionalmente reconhecido por ser um dos mais fiéis exemplares da construção de cravos ibéricos".

“À partida, este cravo de 1789 tem todas as condições, assim que restaurado, para se encetar o seu processo de classificação como Tesouro Nacional, tal como o seu ‘irmão mais velho’”, disse a mesma fonte referindo-se ao outro cordofone de teclas, pinçado com plectro, de 1758, da mesma oficina Antunes.

A mesma fonte adiantou à Lusa que está previsto a edição de um ensaio sobre a família Antunes e a sua oficina de instrumentos musicais, de autoria de Ana Paula Tudela, a sair com a chancela da Imprensa Nacional-Casa da Moeda.