Depois de um longo período afastado dos palcos e escondido na Islândia, Damien Rice voltou à estrada para apresentar o álbum "My Favourite Faded Fantasy", editado em 2014.  Esta terça-feira, 12 de julho, o músico e cantor reencontrou-se com o público português na Sala Suggia da Casa da Música, no Porto.

Às 22 horas em ponto, Damien Rice subiu ao palco da maior sala da Casa da Música e primeira saudação não poderia ter sido melhor. Sozinho, com uma série de guitarras ao lado e um conjunto de "pedais", o músico irlandês abriu com "Colour Me In", tema do do último álbum, editado em 2014.

Rice foi passeando tranquilamente pelo disco que dá mote à digressão. Entre as canções, o irlandês contou histórias de amor mas deixou sempre o romantismo de lado. Brincou e arrancou gargalhadas ao público ao revelar segredos de amores com finais menos felizes. E falou, falou e falou. Até da seleção nacional, admitindo que começou a gostar de futebol esta semana graças a Portugal - o público, claro, aplaudiu efusivamente.

A mistura de poeta sensível com o espírito de rapaz com problemas do coração arrancaram suspiros a todos, em especial nos momentos mais intimistas, com as luzes baixas e com a voz de trovador a encher a sala.

"My Favourite Faded Fantasy", "It Takes a Lot to Know a Man", "The Greatest Bastard", "Rootless Tree" e "The Professor & La Fille Danse" não ficaram de fora do alinhamento do concerto.

Antes do final, Rice chamou a palco dois músicos para um momento ainda mais introspetivo. Em volta de uma mesa repleta de bebidas, os três artistas conversaram, riram e cantaram quase ao ouvido do público.

Houve ainda tempo para uma espécie de sessão de discos pedidos e de conversa tu-cá-tu-lá entre o cantor e os fãs menos tímidos que, a alto e bom som, pediram a Damien Rice para voltar mais vezes à invicta.

Depois da habitual saída de palco e dos pedidos de "só mais uma", o irlandês voltou para cantar os temas que todos queriam ouvir e gravar para partilhar. "Volcano" e "The Blower's Daughter" fecharam o concerto de duas horas, com o público que esgotou a Casa da Música a cantar em coro, abanando os ombros ao ritmo do bater do coração e dos acordes.

Músico, conselheiro, amigo para ir para os copos e comediante. Damien Rice foi isto e muito mais.

Foto: Bruno Ferreira