Direcionado para os alunos do sétimo ao nono ano, o projeto inclui quatro hinos contra o bullying da autoria de João Só e que são inspirados nas quatro histórias de banda desenhada que fazem parte do livro que integra o projeto desenvolvido em parceria com a empresa Betwein, que desenvolve projetos educativos.

“Quando fui desafiado a participar neste projeto aceitei de imediato. Já fiz muito voluntariado com miúdos desta idade (…) e achei que, como músico e artista, tinha mais do que obrigação de contribuir com a minha arte para combater o bullying”, disse à agência Lusa João Só.

Na véspera de se assinalar o Dia Mundial de Combate ao Bullying, o músico destacou a importância de se falar sobre o problema, que faz “tantas crianças e jovens sofrer”.

Questionado pela Lusa sobre se no seu percurso escolar teve conhecimento de alguns casos, João Só disse que “na altura não se falava em bullying como hoje se fala”.

“Se calhar dava-se outro nome, como partidas ou trafulhices. Hoje em dias as coisas têm mais cara, mais nomes e o bullying é uma ameaça mais séria”, sublinhou.

João Só contou que “se calhar” foi vítima de bullying sem saber: “Achei que só tinha sido vítima de maus-tratos pelos meus colegas ou pelos outros miúdos da escola, mas hoje em dia acho que é preciso dar nome às coisas e tomar consciência das coisas”.

O livro “Deixa o bullying só”, da autoria de Helena Costa, tem quatro histórias que exploram a realidade do problema em contexto escolar, sob quatro perspetivas: A perspetiva da vítima, do agressor, das testemunhas, “que optam por adotar uma posição de neutralidade”, e a perspetiva virtual, com um caso de cyberbullying.

No livro, o leitor encontrará também as ilustrações das histórias sem texto, para que o jovem possa dar um novo enredo às narrativas e alterar o comportamento das personagens, no sentido de prevenir os comportamentos agressivos.

“A ideia é que os miúdos consigam olhar para um caso de bullying e consigam decifrar as personagens e percebam com devem atuar” para prevenir, mas também denunciar casos que aconteçam na sua escola, disse à Lusa Helena Costa.

No final do livro “desafiamos o aluno a construir o seu próprio hino contra o bullying”, disse Helena Costa, explicando que o projeto será levado às escolas, municípios e entidades com fins educativos que o solicitarem.

O hino criado será depois cantado por João Só. “O desafio será eu musicar essa letra e ajudar cada escola ou cada município a ter o seu próprio hino contra o bullying”, disse o músico.

Além do livro, o projeto conta com um centro de apoio, desenvolvido em parceria com a Associação Anti-Bullying Com Crianças e Jovens, em que “as crianças podem pedir ajuda com toda a confidencialidade”, adiantou João Só.

“A ideia é ajudar, ser útil e não ser só mais uma ferramenta de combate ao bullying", frisou.

O prefácio do livro foi escrito pelo radialista Nuno Markl, que foi vítima de bullying: “Somos todos humanos e é coisa humana o desejo legítimo de sobressair, marcar território, vencer as nossas frustrações secretas pessoais”, mas “fazê-lo às custas do sofrimento de outros é demanda desprovida de valor e mérito – é só revelador de um profundo medo”.

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