“Este é um dos romances mais conhecidos da literatura portuguesa”, realçou à agência Lusa fonte da Guerra e Paz Editores, que chancela a obra.

O romance conta a história de um jovem médico que regressa à terra natal, onde o espera Margarida, esperançada num enlace, mas o clínico, Daniel de seu nome, alterou o comportamento, e tornou-se mais urbano.

“Este é um romance de um certo Portugal, um Portugal talvez mítico, mas sem dúvida eterno. Todos sonhamos com este país: está em nós. Cantam-se cantigas à desgarrada, fazem-se desfolhadas e encontra-se o milho-rei”, referiu a mesma fonte.

“Vive-se numa aldeia onde todos se conhecem e todos conhecem a vida de todos. Temos padres bondosos, médicos diligentes e vizinhas de língua viperina. Há uma história de amor, aliás duas, há gente (ligeiramente) matreira, há conflito e espingardas. Mas no fim tudo se resolve com um brinde e um sorriso”, disse a mesma fonte, que acrescentou: “É bucólico, é inocente, é admirável”.

A obra foi adaptada ao cinema em 1924, por Maurice Mariaud, em 1935, por Leitão de Barros, e em 1961 por Perdigão Queiroga. Em 1970 à televisão, no Brasil, pela TV Record, e em 1995, pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).

Júlio Dinis é o pseudónimo literário do médico portuense Joaquim Guilherme Gomes Coelho (1839-1871). Quando terminou a licenciatura em Medicina, em 1861, o jovem médico padecia já de tuberculose, o que o levou a deixar o Porto, e começando a dedicar-se à escrita. Os primeiros textos surgiram em 1862, no Jornal do Porto. Em 1865 tornou-se professor na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, onde estudara. O romance “As Pupilas do Senhor Reitor” foi publicado em 1866, mas o médico foi também autor de outros romances que tiveram sucesso editorial, nomeadamente “Uma Família Inglesa” (1867), “A Morgadinha dos Canaviais” (1868), e “Os Fidalgos da Casa Mourisca” (1871).