Eduardo Lourenço e Plantu vão participar numa conversa sobre a Europa às 18:30 locais (17:30 em Lisboa), moderada pelo artista gráfico José Albergaria, a convite do embaixador de Portugal em Paris, José Filipe Morais Cabral, que disse à Lusa que o objetivo foi juntar os dois vencedores da edição de 2016 do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural.

José Filipe Morais Cabral assistiu hoje à cerimónia na Academia Francesa, na qual Eduardo Lourenço foi premiado, e destacou, à Lusa, que “é um reconhecimento da personalidade e da obra do professor Eduardo Lourenço”.

O ministro português da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, que também assistiu à entrega do prémio, desloca-se na sexta-feira à Embaixada de Portugal em Paris para assistir à iniciativa.

Hoje, Eduardo Lourenço, de 93 anos, foi distinguido com o Prémio de Divulgação da Língua e Literatura Francesas da Academia Francesa, destinado a personalidades francesas ou estrangeiras que tenham prestado serviços excecionais à divulgação da língua e da literatura francesa.

O prémio, criado em 1960 e atribuído anualmente, foi também atribuído ao investigador suíço de literatura Jean Paul Barbier-Mueller, à Alliance Française em Abu Dabi, à historiadora de arte italiana Elena Fumagalli e à produtora libanesa do programa televisivo “Espaço Francófono” Mona Makki-Gallet.

A Academia Francesa distinguiu Eduardo Lourenço porque o filósofo português “escreveu uma parte da sua obra em francês” e “considerou sempre a França como a sua segunda pátria”, declarou, em discurso durante a cerimónia, Danielle Sallenave, diretora em exercício da instituição.

Eduardo Lourenço de Faria, nascido em 1923 no concelho de Almeida, distrito da Guarda, frequentou o curso de Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde foi depois professor assistente.

Partiu para França em 1949, onde se encontra radicado até hoje, mas manteve sempre uma forte ligação a Portugal, escrevendo várias obras sobre a sociedade e identidade portuguesa.

Foi leitor de Língua e Cultura Portuguesa nas Universidades de Hamburgo e Heidelberg, na Alemanha, e Montpellier, na França, depois professor de filosofia na Universidade Federal da Baía, no Brasil.

Também foi leitor a cargo do Governo francês nas Universidades de Grenoble e de Nice.

Foi distinguido com vários prémios de ensaio e crítica, entre eles o Prémio Camões em 1996, e o Prémio Pessoa em 2011, e foi condecorado, em Portugal, com a Ordem de Sant’Iago d’Espada, e a Ordem do Infante D. Henrique.

Em França, recebeu a condecoração de Officier de l’Ordre de Mérite, Chevalier de L’Ordre des Arts et des Lettres, e em Espanha a Encomienda de Numero de la Orden del Mérito Civil.

Desde 1999 é administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, entidade que lançou em 2010 um projeto para a publicação de toda a sua obra.