Voámos até ao outro lado do mundo, até Los Angeles, para nos sentarmos à conversa com os três. E os três vão estar no dia 27 de maio, no Rock in Rio Lisboa.
À segunda-feira disseram-nos que íamos sair de Lisboa à quarta e nos íamos encontrar com eles em Los Angeles à quinta. Os Hollywood Vampires estavam em Los Angeles a ensaiar para a atuação que haviam de ter nos Grammys (à segunda-feira seguinte) e este era o momento chave para nos sentarmos com eles. Com todos. A oportunidade era rara porque quase todas as entrevistas da banda contam com Cooper e Perry mas na nossa Depp também estaria.
O termo Hollywood Vampires nasceu nos anos 70, num bar da Sunset Strip, em Hollywood, quando o conhecido nome do rock Alice Cooper achou que precisava de juntar periodicamente os amigos da música para beber até cair. Juntavam-se à noite e bebiam (não sangue, mas vinho), daí o nome. Pelo Rainbow Bar & Grill, o local onde se reuníam, passaram nomes como John Lennon, Keith Moon ou Ringo Starr. Não tocavam, só bebiam.
Mas, em 2015, Cooper, Johnny Depp, primeira linha do cinema que sempre foi músico de coração, e Joe Perry, o guitarrista dos Aerosmith, decidiram tirar os vampiros do caixão e trazê-los para a luz do dia numa banda, ou um supergrupo, como todos agora lhes chamam. Não têm uma digressão com muitas datas, nem uma superestrutura montada para os seguir. Aliás, as vezes que tocaram juntos contam-se pelos dedos das mãos e isso faz dos seus concertos verdadeiros acontecimentos.
Ainda no ano passado, lançaram um álbum homónimo com as suas intenções: tocar versões das canções seus ídolos e, pelo meio, fazer algumas canções originais. Uma delas é uma homenagem aos seus “dead drunk friends” (os seus “amigos bebêdos mortos”) e outra das faixas uma introdução com a voz do já falecido veterano do cinema Christopher Lee.
Passaram pelo Rock in Rio no Brasil, em setembro de 2015, e a 27 de Maio sobem ao Palco Mundo do Rock in Rio Lisboa para tocar êxitos (à sua maneira) como “My Generation”, dos The Who, “Whole Lotta Love”, dos Led Zeppelin, ou “Another Brick on The Wall”, dos Pink Floyd.
Voltamos a Los Angeles. Às seis da tarde da quinta-feira combinada estávamos nos Swing House Studios em Los Angeles, prontos a filmar. Alice Cooper e Joe Perry também estavam e foi preciso apenas esperar pela chegada de Depp para arrancar com a conversa. E não queríamos outra coisa da nossa estrela de cinema preferida. “Fashionably late”, como se diz por terras de Tio Sam.
A conversa foi tão boa como se podia esperar. Falaram-nos dos tempos que já lá vão, daqueles que só Alice Cooper pode falar, de como juntaram a banda, explicaram-nos porque é que Johnny Depp é o “bebé” do supergrupo e deixaram no ar uma possibilidade para o concerto do Rock in Rio Lisboa.
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