O primeiro volume, ainda sem título, de “The Book of Dust”, previsto para 19 de outubro, será lançado em Londres e Oxford, com a ação a decorrer em paralelo com a da sua trilogia “Mundos Paralelos” (com o título original “His Dark Materials”), noticia a edição de hoje do jornal “The Guardian”.

'Best-seller' mundial desde o primeiro volume - “Northern Lights” ("A Bússola Dourada"), publicado em 1995 -, a série de Pullman vendeu mais de 17,5 milhões de cópias e foi traduzido para 40 idiomas.

A heroína do Pullman, Lyra Belacqua, estará de volta nos dois primeiros volumes. Apresentando dois períodos de sua vida – enquanto bebé e dez anos depois de “Mundos Paralelos” terminar - a série incluirá outras personagens familiares aos leitores, bem como criações fantásticas, como ‘alethiometers’ (um dispositivo semelhante a um relógio 'dizedor-de-verdades'), demónios (animais que sã manifestações físicas do espírito humano) e o Magistério (uma autoridade totalitária do género de uma igreja que governa o mudo de Lyra).

O ex-professor de Oxford disse que regressou ao mundo de Lyra, porque queria chegar ao topo do “Pó” (“Dust”), uma substancia misteriosa e perturbadora comum a todos os mundos e que está no centro dos livros originais.

"Pouco a pouco, através dessa história, a ideia do que seria o 'Pó' foi-se tornando cada vez mais clara, mas eu sempre quis voltar a ela e descobrir mais", disse Pullman.

Numa descrição que vai ressoar com o atual clima político, Philip Pullman acrescentou que, "no centro do ‘The Book of Dust’, está a luta entre uma organização despótica e totalitária, que quer sufocar a especulação e a investigação, e aqueles que acreditam na liberdade de pensamento e de expressão”.

Contudo, David Fickling, cuja empresa, David Fickling Books, vai publicar o “The Book of Dust” no Reino Unido juntamente com a secção de livros infantis da Penguin Random House, avisou os leitores para não estabelecerem demasiados paralelismos entre o novo livro e a atual situação política no Reino Unido ou nos Estados Unidos.

“Acho que é um livro realmente importante para agora, não de um ponto de vista intelectual, mas de uma forma de contar histórias", disse David Fickling.

“O livro pode soar um pouco psicológico”, disse, acrescentando que “algumas das melhores pessoas para nos dizerem a verdade sobre o nosso tempo são os nossos grandes contadores de histórias e Philip é um deles".

Os detalhes exatos do enredo são um segredo bem guardado, no entanto o editor deu a entender que os leitores não terão de esperar 17 anos - a diferença entre o último volume de “Mundos Paralelos” e o primeiro do “The Book of Dust” - antes de a nova série estar concluída.

A BBC noticiou hoje que Pullman havia terminado o primeiro e segundo volumes e estava já a trabalhar no terceiro.