O fadista, acompanhado pelos músicos Sérgio Costa, na guitarra portuguesa, Ivan Cardoso, na viola, e Ricardo Anastácio, na viola baixo, interpreta alguns temas de "Mãe", hoje às 16:00, na Livraria Férin, em Lisboa.

A temática materna é o traço de ligação dos fados, com letras de autoria do próprio Gonçalo Salgueiro, mas também com poemas de Miguel Torga, João Linhares Barbosa e João Fezas Vital, entre outros autores, interpretados em melodias originais e fados tradicionais, como o Noquinhas, de Fernando Freitas, Alberto, de Miguel Ramos, Santa Luzia, de Armando Machado, ou a Marcha, de Alfredo Marceneiro.

“Gravar este CD foi uma forma de exorcizar as dores de um luto, e partilhar este sentimento com outras pessoas”, disse o fadista à agência Lusa.

Dos 14 fados que compõem o CD, nove têm letra de Gonçalo Salgueiro, que abre o alinhamento com “Mãe”, um poema de Miguel Torga, que gravou numa melodia de Frei Hermano da Câmara.

O álbum “Mãe” é editado pela Estoril, etiqueta da Fundação Manuel Simões (FMS), no âmbito das comemorações do centenário do nascimento do editor discográfico (1917-2008).

A presidente da FMS, Rosa Amélia Piegudo, em declarações à Lusa, afirmou que a edição do CD "insere-se nos objetivos traçados por Manuel Simões para a Fundação que instituiu em 2001, designadamente o apoio aos novos valores na área do fado”.

Gonçalo Salgueiro “é detentor de uma voz extraordinária a que alia uma capacidade interpretativa que o colocam como um dos mais seguros valores fadistas, e neste álbum torna contemporânea a temática materna, tão cantada pelo género [fadista]. Canta letras suas, de outros autores contemporâneos, como Jorge Fernando, faz uma ponte com os grandes autores da tradição fadista como Linhares Barbosa e Fezas Vital e, ao mesmo tempo, a autores eruditos como Miguel Torga”, disse Piegudo.

Salgueiro "alia bom gosto musical, a conhecimento da tradição fadista e empenho artístico", rematou.

O fadista, por seu turno, afirmou à Lusa que gosta “da modernidade na continuidade do tradicional”. “Nunca rejeito o passado, pois não existe futuro sem passado nem sem o presente”, disse.

“Este disco é como uma libertação dessa dor, e não o fiz só para mim, mas também para quem me ouve e que passou pelo mesmo”, declarou Gonçalo Salgueiro.

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