Contactado pela agência Lusa para um balanço da primeira edição do certame dedicado à dança contemporânea - que decorreu entre os dias 4 e 19 de março - o coreógrafo indicou ainda que o foco vai continuar a ser mantido no Mediterrâneo e no Médio Oriente.

Para o diretor artístico, o Cumplicidades "alargou a sua visibilidade e acentuou a diversificação de públicos", um dos objetivos a que se propunha.

"Mais uma vez se demonstrou que existe um tecido profissional vivo, no plano nacional, que necessita de contextos que propiciem o seu crescimento artístico", sublinhou Francisco Camacho, acrescentando que a componente internacional também valorizou o certame, pelos espetáculos e pelo debate de ideias.

Além dos espetáculos de artistas portugueses e estrangeiros - com estreias nacionais de criações de artistas da Turquia, Egito e Marrocos - decorreram workshops e uma conferência internacional.

A programação passou por locais como o espaço Alkantara a Casa da Imprensa, a Culturgest, o Museu da Marioneta, o Teatro da Trindade ou o São Luiz Teatro Municipal.

Com produção da EIRA, estrutura artística sediada em Lisboa que se dedica há 20 anos ao desenvolvimento e promoção nacional e internacional da dança contemporânea, o festival teve este ano 45 mil euros de orçamento, mais dez mil do valor do ano passado, quando foi apresentada a edição "zero".

De acordo com a organização, o público desta edição atingiu cerca de 1.500 espectadores, com 70 por cento de ocupação das salas dos espetáculos.

Consideram que são números “semelhantes” à edição experimental (2.000 espectadores), com menos cerca de 400 espectadores por não ter sido realizado um espetáculo ao ar livre como no ano passado, na abertura.

De acordo com Francisco Camacho, a organização está a desenvolver parcerias internacionais para a próxima edição, e será nomeado um novo programador que suceda a Ezequiel Santos.

A filosofia do festival é que exista uma alternância na programação, que na primeira edição foi centrada nos temas da memória e este ano no processo.

Foto: Diogo Barros Pires/Espectáculo "The Archaic, Looking Out, The Night Knight", de Vania Rovisco