"É verdade que o festival vai decorrer este ano em agosto, nos dias 25, 26 e 27 de agosto. Andaram por aí muitas datas. Entendi não dizer nada. Agora estou aqui a dizer que as datas são estas. São as melhores datas, no contexto dos festivais, e do que queremos fazer", afirmou Miguel Alves à agência Lusa.

O autarca socialista explicou que o calendário "deriva dos festivais que já estão instalados no terreno", garantindo que "não fazia sentido que Vilar de Mouros se realizasse ao mesmo tempo que o festival de Paredes de Coura".

"Não são festivais concorrentes. Vilar de Mouros tem um conceito completamente distinto do que está a ser preparado para Paredes de Coura, que é direcionado para uma faixa etária mais jovem, à procura da vanguarda. Aqui [Vilar de Mouros] é mais calmo e mais ‘cool', numa boa onda, a aproveitar a envolvência e a tradição, sem perder de vista o futuro", sublinhou.

Miguel Alves adiantou que o impasse na confirmação do festival ficou a dever-se "à necessidade de garantir financiamento", o que só agora aconteceu.

"A Câmara Municipal teve um papel ativo, eu diria, até, um papel principal na procura de patrocínios. Os patrocínios e o apoio financeiro estão garantidos e vai ser conhecido muito em breve, porque está associado à imagem do festival", frisou.

O presidente da autarquia adiantou que os nomes que integram o cartaz também serão divulgados, "em breve e na totalidade", para os dois palcos, um deles gratuito, a instalar no recinto inicial do mais antigo festival português, fundado em 1971, considerado o "Woodstock" à portuguesa.

"Vai ter um palco gratuito, a que todas as pessoas podem aceder", explicou, adiantando que os concertos nestes palcos vão decorrer durante a tarde, início da noite.

Já no palco principal, que implica a compra de bilhete, terão lugar os concertos noturnos. O cartaz, adiantou Miguel Alves, vai ter "boa música" e "juntar gente que já esteve em edições anteriores de Vilar de Mouros e gente que hoje toca nas rádios".

"O cartaz inclui música internacional e portuguesa. Na música internacional será uma onda muito ‘cool', muito boa, que pode ser partilhada por pais e filhos", disse, adiantando que outra novidade da edição 2016 "será a forte aposta na gastronomia tradicional".

Miguel Alves adiantou que a organização da edição deste ano está a cargo da empresa ‘Surprise and Expectation', criada em Caminha, um consórcio constituído pela Probability Makers e pela Metrónomo.

Em setembro de 2015, o autarca tinha anunciado que a organização do festival de Vilar de Mouros estaria a cargo de um consórcio liderado pela promotora Música no Coração, que agora deixou de integrar a parceria. Esta alteração ao protocolo inicial vai ser submetida, na quarta-feira, à apreciação do executivo municipal.

Além dos patrocínios das marcas e da bilheteira, Miguel Alves adiantou que a Câmara de Caminha vai atribuir um apoio financeiro de 40 mil euros e transferir 15 mil euros para a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros para a realizar de investimentos no recinto do festival.

Em 2007, a um mês da sua realização, o festival foi cancelado por dificuldades de entendimento entre os vários parceiros envolvidos na organização e foi retomado em 2014, a cargo da Associação dos Amigos dos Autistas (AMA). No final dessa edição, que marcou o relançamento do evento após um interregno de oito anos, aquela Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) anunciou o regresso, em 2015, nos dias 30, 31 de julho e 1 agosto, que viria a ser cancelada pela Câmara Municipal.