Em declarações à agência Lusa, Irina Sales Grade, da Soniculture, promotora do festival, disse que o FORTE - cuja lotação é restrita a um máximo de cinco mil pessoas por dia - "já ultrapassou os números do ano passado" em bilhetes vendidos e que cerca de 70% dos espetadores se deslocam de fora de Portugal, de países europeus, mas também da América Latina.

"O público nacional começou agora a comprar bilhetes", adiantou.

Já o presidente da autarquia de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, precisou que a edição deste ano do evento vendeu bilhetes em países como a Nova Zelândia, Espanha ou Brasil, entre outros, mas também dois ingressos no Afeganistão.

"Devem ser militares dos EUA que ali estão em serviço. Mas há bilhetes comprados numa quantidade imensa de países ", frisou.

"O ano passado fui ao espetáculo de abertura do primeiro dia, fui para a fila [da bilheteira] e, para meu espanto, numa fila de 100 metros, não vi ninguém a falar português, só espanhol, inglês e alemão", ilustrou Emílio Torrão.

O festival, que diariamente mais do que duplica a população do núcleo urbano de Montemor-o-Velho, é procurado, segundo o autarca, por uma "elite endinheirada, com posses", nomeadamente entre os espetadores estrangeiros, "gente refinada, com profissões liberais e da área artística" e que paga despesas na vila "com notas de 100, 200 ou até de 500 euros".

Emílio Torrão destaca o "impacto" económico que o FORTE tem em Montemor-o-Velho e na região circundante, nomeadamente ao nível da hotelaria de Coimbra e Figueira da Foz e, embora admitindo que a música eletrónica que ecoa do castelo para a vila "incomoda muitas pessoas", esta acaba por ser "tolerada, porque o festival deixa muito dinheiro e ninguém quer que saia daqui".

"O parque de campismo [instalado a cerca de 500 metros do recinto muralhado do castelo] enche que nem um ovo, a residencial esgota como esgotam todo o tipo de casas e todo o comércio local beneficia", argumentou.

E, entre a população, assegura Emílio Torrão, a defesa do festival é feita seja por quem tem negócios na vila - como a responsável de uma bomba de gasolina que contactou a autarquia para saber quando começavam a chegar os festivaleiros, para poder adequar os stocks da loja anexa - seja por quem trabalha, por esses dias, no evento, como duas mulheres na casa dos 60 anos que colaboram na limpeza do recinto e classificam o FORTE como "muito bom".

"O tipo de espetadores que vem ao FORTE não bebe cerveja, não se veem copos no chão. Bebem bebidas brancas e não é um tipo de pessoas que incomode os outros. Divertem-se, a vila ganha uma vida incrível com o movimento pendular entre o parque [de campismo] e o castelo, mas não há barulho, não há queixas, o que faz com que o festival seja muito bem aceite", observou.

Irina Sales Grade lembra que o FORTE "teve sempre a preocupação" de integrar a população de Montemor-o-Velho e que cerca de 50 pessoas acabam por colaborar diretamente nas montagens do festival e ao longo do evento.

O programa do FORTE arranca às 22:00 de quinta-feira e a primeira noite estende-se até às 09:00 de sexta-feira com um cartaz que inclui um espetáculo de abertura a cargo de Ben Frost e MFO, Apparat, Cabaret Voltaire, Daniel Miller e Marcel Dettmann.

O horário repete-se entre sexta-feira e sábado, com um alinhamento onde pontificam os nomes de Ancient Methods, Ben Klock, Helena Hauff, Manu, Rrose, Shcuro e Trade.

O último dia de espetáculos inicia-se às 22:00 de sábado mas estende-se por quase 24 horas, até às 21:00 de domingo, último dia do festival, com atuações e performances de Amulador, Apart, David Rodrigues, Drumcell, Kobosil, Konstantin, Michael Mayer, Orphx, Rodhad, Rui Vargas, Sebastian Muellart & Ulf Eriksson, Silent Servant, Truncate, Vil e Vril.

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