A segunda edição do F.I.C vai incluir, novamente, uma série de debates, com personalidades de diferentes áreas, quer da literatura, como António Lobo Antunes (que já tinha participado na primeira edição), quer da música, como Caetano Veloso, ou da política, como Paulo Portas e Marisa Matias.

Inês Pedrosa, curadora do festival e responsável pela programação dos debates, que ainda não está fechado, admitiu que a sua tarefa foi "complexa", porque o F.I.C "tem o atrativo especial de ser dedicado à Cultura, integrando a reflexão de várias áreas, como Política e História".

"Tive de repartir os autores pelos temas e isso para mim foi complicado, porque temos uma Cultura viva e atuante com pessoas especialistas em várias áreas. Quis fazer temas diferentes e que nos façam interrogar sobre o mundo em que estamos e a minha única exigência foi que os debates fossem compostos por homens e mulheres ao mesmo tempo", descreveu.

Este ano, a programação cultural do festival é inspirada em Shakespeare, por se assinalarem 400 anos da morte do escritor inglês.

David Lodge, António Cícero, Andrew Morton, David Inneraty, Arturo Pérez-Reverte e Mathias Énard são alguns dos protagonistas internacionais que vão estar na Casa das Histórias Paula Rego e outros equipamentos de Cascais.

Identidade, terrorismo num mundo global, a indignação, o poder transformador da literatura - ou não - e a forma como esta promove a revolução de mentalidades, são alguns dos temas em debate.

Durante os dez dias de festival, além dos debates, vão decorrer sessões de poesia, teatro, música, cinema, exposições, gastronomia, animação infantil, uma feira do livro e o festival de luz, Lumina.

A companhia de teatro de Cascais Palco 13 vai estrear, no teatro, a peça "Shakespeare e Cervantes: Um encontro em Valladolid" e, no cinema, o filme "O Protagonista".

Organizado pela Câmara Municipal de Cascais, o festival traduz-se, para o presidente da autarquia, numa forma de captar e assentar a comunidade criativa no concelho.

"Há um serviço nacional de Cultura que tem também de ser desenvolvido. Acreditamos que uma sociedade que tenha cultura democratizada, como é apanágio deste festival, é uma sociedade mais tolerante, mais aberta ao pensamento do outro e com isso conseguimos consubstanciar projetos de felicidade", disse Carlos Carreiras.

Tiago Morais Sarmento, administrador do grupo LeYa, editora também responsável pela realização do evento, garantiu que o F.I.C 2016 "vai ser o maior festival cultural que alguma vez se fez em Portugal".

Depois de em 2015 terem reunido mais de 20 mil visitantes, o responsável considerou que estavam "reunidas as condições de sucesso para uma nova ambição: fazer com que o festival seja incontornável no panorama cultural com projeção internacional".

O festival implica um esforço financeiro de 1 milhão de euros, contando com apoios de entidades privadas.