“É uma oportunidade única de ouvir Elza Soares, que, apesar de um pouco debilitada, vem a Aveiro, num momento de reconhecimento mundial”, disse à Lusa Vasco Sacramento, da organização.

O Festival reune, no Teatro Aveirense, nas noites de quarta, quinta, sexta-feira e sábado, nomes conhecidos e revelações do panorama das Músicas do Mundo, sendo o único festival do género realizado fora da época de verão, como salienta Vasco Sacramento.

“Ir a um festival é um pouco como ir a um restaurante, em que interessa a decoração e o serviço prestado, mas sobretudo a qualidade dos pratos. Aqui serve-se música, com a garantia de qualidade da Sons em Trânsito que leva o público a assistir aos nossos espetáculos, quer com músicos já consagrados, quer com músicos ainda desconhecidos”, comentou à Lusa.

Pegando na analogia, pode dizer-se que o 'chef' caprichou na 'ementa', já que, além de Elza Soares, que atua na sexta-feira, tal como Aline Frazão e os Riot, o festival traz a Aveiro na quinta-feira outra premiada pelos Grammy latinos, Céu, cujo álbum Tropix lhe valeu a distinção de “Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa” e “Melhor Álbum de Engenharia de Gravação”.

Vicente Amigo, um dos mais importantes guitarristas espanhóis de flamenco da atualidade vai estar no Teatro Aveirense também na quinta-feira.

O primeiro concerto vai ter hoje em palco a “diva” Mayra Andrade um dos destaques do cartaz assumido por Vasco Sacramento, que a reconhece como “a melhor voz de Cabo Verde da atualidade”.

Toty Sa’Med, um nome a reter celebrado pela nova geração de músicos angolanos é o outro convidado da noite.

Cantor, compositor e multi-instrumentista, Toty Sa'Med começou por a compor e produzir instrumentais de rap, kuduro e Kizomba para os amigos, vindo depois a dedicar-se à guitarra. Da sua passagem por Lisboa nasceram parcerias musicais com Sara Tavares e José Eduardo Agualusa, no tema que dá título ao álbum "Moura" da fadista Ana Moura, que o convidou a abrir o seu concerto no Olímpia de Paris.

Sábado, último dia do Festival, o palco é dado ao brasileiro Ed Motta, ao casal de invisuais Amadou e Marian, do Mali, e aos nacionais Fogo Fogo.

É o regresso “em cheio” de um festival que foi interrompido pela falta de apoios dos tempos de crise e que renasce pelo empenho do atual diretor da principal sala de espetáculos de Aveiro, António Pina, em cujo trabalho consistente Vasco Sacramento confia para a desejada continuidade.