O multipremiado Gary Burton é a figura maior do cartaz deste ano dos Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra, que decorre de 19 a 22 de outubro, marcando na sua 14.ª edição ininterrupta uma vontade de crescer enquanto festival, em público e em reconhecimento.

O artista norte-americano, que se cruzou ao longo da carreira com artistas como Keith Jarrett, Pat Metheny ou Stan Getz, atua em Coimbra a 20 de outubro, no auditório do Convento São Francisco, partilhando o palco com a vocalista Maria João e o quinteto do guitarrista português Sandro Norton.

Já o guitarrista Marc Ribot, que já colaborou com Tom Waits e John Zorn, marca o encerramento do festival, a 22 de outubro, no Salão Brazil, apresentando-se com os Ceramic Dog, que junta o compositor norte-americano com Shahzad Ismaily e Ches Smith, anunciou o diretor do Jazz ao Centro Clube (JACC), José Miguel Pereira, que falava durante a apresentação do festival.

Os Encontros Internacionais vão arrancar a 19 de outubro com um concerto da Ensemble Portugal em Jazz que vai tocar as obras com que Vasco Miranda venceu a primeira edição do Prémio de Composição Bernardo Sassetti.

O trio da saxofonista norueguesa Mette Henriette, que lançou um disco pela reputada editora ECM, atua na Igreja do Convento São Francisco a 21 de outubro, num concerto que se espera "minimalista", explanou.

Pelos Encontros Internacionais, decorre ainda uma atuação dos músicos John Butcher, Agustí Fernandez, Hugo Antunes e Roger Turner na Igreja do Convento (20 de outubro), e o Salão Brazil será palco para concertos do duo Eve Risser e Marcelo dos Reis e a banda brasileira que incorpora elementos de jazz, funk e soul Orquestra Nomade.

Em quatro dias, o público poderá encontrar uma "programação diversa" - intenção da própria organização, que no início procurava focar-se no pós-bop e free jazz, referiu o diretor do JACC.

O evento vai ainda promover um "périplo" de concertos de jazz por alunos do Conservatório de Coimbra por todas as freguesias do concelho, a 08 e a 15 de outubro.

O festival, organizado pelo JACC e pela Câmara Municipal de Coimbra (CMC), tem um orçamento de cerca de 40 mil euros, contando com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos.

Os encontros "correspondem às possibilidades" do JACC, sendo que um reforço orçamental nos próximos anos seria "fundamental para se aproximar do que acontece noutras cidades" em Portugal e na Europa, afirmou.

Tomando como exemplo o Guimarães Jazz, José Miguel Pereira recordou que aquele festival tem "um orçamento superior a toda a atividade anual" do JACC, que engloba o evento, bem como a editora de música, a revista e a gestão do Salão Brazil.

A CMC "tem tentado apoiar na medida possível, mas espera-se que possa apoiar mais para se trabalhar num crescimento efetivo", realçou.

Este ano, para além do apoio anual de 60 mil euros ao JACC, a Câmara Municipal de Coimbra fez um "investimento acrescido", ao garantir o concerto de Gary Burton, que, de outra forma, o JACC "não teria capacidade para trazer", referiu a vereadora Carina Gomes.

Para a autarca, o festival "vai agora ganhar em escala e em reconhecimento externo".

O evento irá também fazer gravações de disco para posterior edição, tendo já contabilizado 17 discos gravados no âmbito do festival, desde o seu começo, em 2003.