George Michael considerava que a sua vida tinha sido "uma perda de tempo, um desperdício de esforço". A revelação foi feita pelo artista britânico numa entrevista à MTV, que faz parte do documentário "George Michael: Freedom", cuja estreia está marcada para a próxima segunda-feira, 16 de outubro, no canal britânico Channel 4.

O documentário ficou concluído 48 horas antes da morte de George Michael e a entrevista em que o artista revela como gostaria de ser recordado foi acrescentada depois do seu falecimento. "Espero que as pessoas pensem em mim como alguém que tinha alguma integridade. Espero ser lembrado por isso, de certa forma", frisa o britânico, acrescentando que "é pouco provável" porque tudo foi "uma perda de tempo".

O documentário "George Michael: Freedom" conta também com a participação de vários colegas e amigos do músico, como Liam Gallagher, Mark Ronson, Mary J.Blige, Nile Rodgers, Tony Bennett, Elton John, Stevie Wonder, Kate Moss, Naomi Campbell, James Corden e Ricky Gervais.

O cantor morreu a 25 de dezembro de 2016, aos 53 anos, na sua casa em Oxfordshire, Inglaterra, onde foi encontrado pelo namorado, Fadi Fawaz. No início de março, foi revelado pelo médico legista Darren Salter que o artista sofreu uma "cardiomiopatia dilatada com miocardite e fígado gordo". "A investigação à morte de George Michael foi concluída e o resultado final da autópsia confirma a morte por causas naturais", acrescentou.

Georgios Kyriacos Panayiotou — nome do cantor — nasceu num bairro londrino em 1963 e tornou-se uma estrela mundial nos anos 1980.

Durante a carreira de quase quatro décadas, vendeu mais de 100 milhões de discos em todo o mundo. Em 1981, com Andrew Ridgeley, criou os Wham!, duo que ficou conhecido por temas como "Wake Me Up Before You Go-Go" ou "Last Christmas". Em nome próprio, deixou temas como "Careless Whisper", "Faith" ou "Outside".

George Michael atuou apenas a solo uma vez em Portugal, em 2007, no Estádio Municipal de Coimbra, por ocasião dos 25 anos de carreira.

A morte do cantor desencadeou uma onda de reconhecimento do talento musical e do trabalho com organizações de solidariedade, incluindo de apoio a doentes de SIDA, cancro e à organização Childline, que presta aconselhamento confidencial por telefone a jovens.