“Agora falta o DVD, que será gravado no Pavilhão Multiusos, em Guimarães, e no Campo Pequeno, em Lisboa. Além disso, também nos falta algum juízo”, disseram Rui Reininho, Jorge Romão e Tóli César Machado, no final da apresentação da obra na terça-feira à noite, na Casa da Música, no Porto.

Da autoria do jornalista do jornal Público Hugo Torres e editada pela Porto Editora, a biografia relata episódios caricatos como, por exemplo, a detenção dos elementos da banda de pop rock por alegada espionagem, depois de terem gravado uma entrevista a um órgão de comunicação social frente a um quartel da GNR, autoridade policial com quem existia algum mal-estar por partilharem a mesma designação.

O vocalista, Rui Reininho, confidenciou que a banda fez “muitas asneiras”, mas “felizmente” que assim foi.

Rui Reininho recordou um concerto na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, em 1990, “completamente caótico” porque eram esperadas 10 mil pessoas e estavam "muito, mas muito mais".

“As pessoas saiam do metro e não tinham para onde ir, era um pandemónio e, depois, a polícia pediu-nos para terminar mais cedo o concerto e assim foi”, lembrou.

“Só existe este livro porque existem estas pessoas maravilhosas que nos proporcionam momentos fantásticos que, agora, estão registados”, acrescentou.

Parco em palavras, o baixista Jorge Romão disse que nunca correu perigo em palco e revelou que os colegas lhe perguntam todos os dias se não tem frio porque anda sempre com “roupa fresca”.

Jorge Romão integrou os GNR por causa de Tóli César Machado, que o “raptou” aos Bananas, banda onde tocava.

“Para tocar nos GNR tive de comprar um amplificador às prestações ao Rui Reininho, mas já está tudo pago”, relatou.

O baterista, Tóli César Machado, comentou que, uma vez, atiraram-lhe garrafas de vidro durante uma atuação, mas não se magoou porque não lhe acertaram.

Apesar de ter despertado para a música muito cedo, por influência do irmão que tocava guitarra, Tóli referiu que chegou a estudar agricultura, mas não terminou porque o curso acabou a meio.

“Mas ainda fui a tempo de arranjar uma úlcera no esófago – meti dois `speeds´ no bucho. As senhoras usavam-nos para emagrecer e eu usei-os para estudar para um exame de vinicultura”, contou, entre risos.

A biografia demorou um ano e meio a escrever e é resultado de uma “longa, difícil e partilhada” pesquisa, afirmou o autor.

“A maior dificuldade foi tentar perceber o contexto dos GNR porque sou mais novo do que isso. Tentei ouvir o que eles ouviam, tentei ler o que eles liam e tentei perceber o contexto político, social, económico e cultural”, explicou Hugo Torres.

A banda de pop rock sempre arriscou mais do que os outros, opinou.

Apesar de a biografia ter sido apresentada à volta de uma mesa e à conversa, os GNR presentaram o público com seis músicas com êxitos como “Dunas”, “Pronúncia do Norte” ou “Mais Vale Nunca”.

No final, a banda do Porto mostrou o seu novo `single´, “Arranca-Corações”.

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