“Jane Austen em Portugal: (con)textos” estará patente na Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) até dia 1 de julho, abrindo com uma conferência dedicada à vida e obra da escritora.

“A presente mostra demonstra, de forma representativa, o sucesso da obra de Jane Austen em Portugal, desde as primeiras traduções dos seus romances — ‘Sense and Sensibility’ (1811), ‘Pride and Prejudice’ (1813), ‘Mansfield Park’ (1814), ‘Emma’ (1815), ‘Northanger Abbey’ (redigido em 1803 e publicado em 1817) e ‘Persuasion’ (1817) —, às quais se têm juntado, recentemente, versões das suas narrativas ficcionais mais desconhecidas e que fazem parte da sua juvenília”, informa a BNP na sua página da internet.

No dia 18 de julho assinalam-se os 200 anos da morte de Jane Austen (nascida em 1775), uma das mais conhecidas romancistas britânicas, em parte, devido à adaptação das suas obras ao cinema e à televisão.

A criadora de personagens como Elizabeth Bennet e Mr. Darcy nunca assinou os seus romances em vida, sendo conhecida inicialmente entre leitores aristocratas, que apreciavam quer os seus universos morais e éticos ficcionados de forma realista, quer a sua irónica crítica social, refere a nota da biblioteca.

Entre os estudiosos da sua obra, há alguma variedade de opiniões quando se trata de situar a autora no contexto literário da época.

Ian Watt, autor de “The rise of the novel”, publicado em 1957, situa Jane Austen na fase final do período da “ascensão” do romance inglês, enquanto F. R. Leavis, autor de “The great tradition: George Elliot, Henry James, Joseph Conrad”, de 1948, a considera “a inauguradora da grande tradição do romance inglês, que continuaria com George Eliot, Henry James e Joseph Conrad”.

Na introdução do livro “Lady Susan and other stories”, de Jane Austen, publicado em 2013, o editor, Nicholas Seager, escreve “que a romancista faz a ponte entre o romance britânico do século XVIII e o período do apogeu desse género literário, no século XIX”.

Graças ao cinema e à televisão — desde 1940, ano em surgem a Jane Austen Society e a primeira adaptação fílmica de “Pride and Prejudice”, mas sobretudo a partir dos anos 1990 — e ao turismo literário, a obra da romancista tornou-se “parte do imaginário popular mundial, e veicula (e reforça) o constructo que é percecionado como ‘Englishness’, nomeadamente paisagens, comportamentos e aspetos do quotidiano (sobretudo feminino) da Inglaterra dos séculos XVIII e XIX”, refere a BNP.

Os universos ficcionados nas suas narrativas “continuam a seduzir o público do século XXI, sendo certamente das mais lidas romancistas britânicas”, refere a biblioteca, considerando que é “notório o interesse crescente pelos seus seis romances e pela sua ‘obra menor’, bem como pela sua biografia”.