Em comunicado, o município recorda que Manuela Saraiva de Azevedo “foi a primeira mulher a receber a carteira profissional de jornalista em Portugal, destacando-se num meio que durante gerações esteve interdito a mulheres”.

“Destacou-se como repórter talentosa, entrevistadora de mérito, crítica de teatro, mas também como escritora e dramaturga”, refere.

A Medalha de Mérito Cultural da autarquia da capital reconhece “pessoas singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras, de cujos atos advenham assinaláveis benefícios para a cidade de Lisboa, melhoria nas condições de vida da sua população, desenvolvimento ou difusão da sua arte”.

Manuela de Azevedo nasceu em Lisboa a 31 de agosto de 1911. Este ano, apagou as velas num bolo com a forma de uma máquina de escrever na sede do Sindicato de Jornalistas, numa sessão comemorativa que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de vários deputados, representantes de associações do setor, colegas, familiares e amigos da homenageada.

Nesse dia, Marcelo Rebelo de Sousa condecorou Manuela de Azevedo com a Ordem da Instrução Pública. Em 1995 já tinha sido distinguida com a Ordem de Mérito e em 2015 com a Ordem da Liberdade.

Em 1934, Manuela de Azevedo iniciou a sua atividade jornalística no jornal República. Ao longo da sua carreira, passou pela revista Vida Mundial e pelos jornais Diário de Lisboa, Diário Ilustrado e Diário de Notícias.

Em 1974, na altura do 25 de Abril, foi afastada do Diário de Notícias, tendo regressado, com o grupo de 24 expulsos, após o 25 de Novembro de 1975. Permaneceu naquele jornal até aos 80 anos.

Publicou dezenas de livros de poesia, contos, novelas, romance, crónicas, ensaios, biografias e peças de teatro.

A cerimónia de entrega da medalha decorre às 17:00 no Salão Nobre dos Paços do Concelho e o executivo estará representado pela vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto.