No último domingo, a cantora islandesa de 51 anos Björk tinha revelado no Facebook que fora assediada sexualmente durante as filmagens por um realizador dinamarquês, sem revelar seu nome ou o filme em questão.

Numa nova mensagem colocada esta terça-feira no Facebook, Björk narrou que o realizador "colocava os seus braços à volta de mim por um longo tempo na frente de toda a equipa ou quando estava sozinho, e acariciava-me durante minutos contra a minha vontade".

"Depois de dois meses, quando disse que ele parasse de me tocar, ele explodiu e quebrou uma cadeira na frente de todos, como alguém que sempre foi autorizado a acariciar as suas atrizes, e então todos nós voltámos para casa", escreveu ela.

Acrescentou ainda que "durante toda a rodagem, sofreu propostas sexuais constrangedoras, paralisantes, sussurradas e inconscientes, descrevendo as cenas" que ele fantasiava.

Björk também relata uma noite em que o assediador tentou entrar no seu quarto pela varanda, com "uma intenção claramente sexual".

A cantora trabalhou num único filme, "Dancer in the Dark", com o realizador dinamarquês Lars von Trier. Pelo seu papel, venceu o Festival de Cannes em 2000 na categoria de Melhor Atriz.

Na segunda-feira, o realizador dinamarquês rejeitou as acusações.

"Não foi este o caso. Mas o facto é que realmente não éramos amigos", declarou o cineasta ao jornal dinamarquês Jyllands-Posten.

Björk disse ter ficado inspirada pelo dilúvio de revelações sobre escândalos sexuais envolvendo o produtor americano Harvey Weinstein.

No domingo, ela relatou que quando impediu "que o realizador tentasse alguma coisa, ele fez com que ela parecesse alguém problemática para toda a equipa".

"Isso corresponde bem aos métodos de Weinstein de intimidação", acrescentou.