A 63ª edição do Festival Eurovisão da Canção vai realizar-se no Parque das Nações, espaço que inclui várias infraestruturas e onde se insere MEO Arena, em Lisboa, a 8, 10 (semifinais) e 12 (final) de maio de 2018.

Em conferência de imprensa, a RTP esclareceu que a Câmara Municipal de Lisboa, o Turismo de Lisboa e de Portugal vão contribuir para a realização do evento. Segundo o Jornal de Negócios, a cidade deverá encaixar 25 milhões em receitas provenientes do turismo relacionadas com a organização da Eurovisão.

Já o investimento de cinco milhões será feito através do Fundo de Desenvolvimento Turístico. O jornal avança ainda que a verba inclui o aluguer do MEO Arena, a rede de transportes e a adaptação do Terreiro do Paço para receber a aldeia do festival.

Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a organização do Festival Eurovisão da Canção é uma oportunidade única e que não pode ser desperdiçada.

Gonçalo Reis, presidente da RTP, advogou que a Eurovisão será "uma ótima oportunidade para Portugal, para Lisboa, para indústria do entretenimento e para a RTP".

Aos jornalistas, Gonçalo Reis frisou ainda que há vitórias que se transformam em desafios e em oportunidades. "É muito bom ver a RTP associada a estas vitórias (...) não foi só ganhar, ganhamos com personalidade, com um aposta de caráter, de simplicidade", defendeu.

Em Portugal, custos abaixo da média

Portugal pode entrar na história da Eurovisão, organizando o festival da canção a custos inferiores à média dos últimos cinco anos, que ronda os 25 milhões de euros, defendeu o investigador Jorge Mangorrinha, em declarações à agência Lusa.

Para o professor universitário, investigador, autor e coordenador de vários estudos sobre os festivais da canção, o Eurofestival, em Portugal, deve ser organizado “criativamente, com base num orçamento mais baixo do que a média dos últimos cinco anos, para que se quebre a tendência para valores elevados, e até para que, no futuro, todos possam ser capazes de sediar” o acontecimento.

O investigador da Universidade Lusófona, com doutoramento e pós-doutoramento nas áreas de Urbanismo e Turismo, que nos últimos dois anos efetuou um estudo sobre como Lisboa se deverá preparar para receber o festival, cita a edição de 2012, em Baku, no Azerbaijão, como uma das que teve orçamento mais elevado, com custos "acima dos 55 milhões de euros”, incluindo a construção de “uma nova arena de espetáculos”.

A partir desse ano, os valores desceram, afirma o investigador, exemplificando com os 42,4 milhões de euros gastos em Copenhaga, em 2014, os 38,5 investidos em Viena, em 2015, os 30 milhões investidos este ano em Kiev, e os 14 milhões gastos em Estocolmo, em 2016, o valor mais baixo dos últimos cinco anos.

Ou seja, a média dos custos de organização do festival, nestes anos, ronda os 25 milhões de euros, valor em que Portugal se pode basear, ou que pode mesmo baixar, através de "uma aposta minimalista, mas imaginativa" e “de parcerias”, que permitam organizar o certame com uma verba que Mangorrinha acredita poder ser “recuperada a curto, médio e longo prazo”, até porque "o investimento passa também pela rede ‘eurovisiva’ e pelas empresas, e não só pela RTP e pelo município".