“Teve uma vida cheia e ao longo da vida cruzou-se com grandes referências da vida intelectual nacional e internacional”, lê-se no texto apresentado pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e aprovado por unanimidade.

O escritor e encenador Jorge Listopad, radicado desde a década de 1950 em Portugal, morreu a 1 de outubro, aos 95 anos, em Lisboa.

Jorge Listopad foi professor do Instituto Superior de Ciência Política e fundador e diretor do Grupo de Teatro da Universidade Técnica de Lisboa, tendo encenado cerca de 60 espetáculos teatrais, além de vários títulos publicados nas áreas da memorialística, da crónica e da poesia.

Colaborou com vários jornais portugueses e checos, presidiu à Comissão Instaladora da Escola Superior de Teatro e Cinema e codirigiu o Teatro Nacional D. Maria II.

Listopad contribuiu para o resgate do repertório clássico português, com encenações como "A Castro", de António Ferreira, e "Frei Luís de Sousa", de Almeida Garrett, entre muitas outras peças.

Nascido em Praga, obteve a nacionalidade portuguesa em 1961, poucos anos depois de se ter fixado em Portugal.

Entre outras distinções, como o Prémio da Academia de Artes e Ciências de Praga, recebeu, em 1992, o título de doutor “honoris causa” pela Universidade de Brno, na República Checa.

Em Portugal, além de ter sido agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, pelo então Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, em janeiro de 2015, recebeu também a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e “foi distinguido com um dos prémios anuais atribuídos pela cooperativa na sua gala anual”.