Num comunicado enviado na noite de quarta-feira à agência Lusa, a organização daquele que já é considerado uma "referência incontornável no panorama cultural português", o Grande Prémio de Literatura dst, explica que o júri destacou ainda na obra premiada o "retrato inconformado da Pátria e das ditaduras" que nos governam, "designadamente a dos mercados" encontrando "evidentes pontos de contacto" com outra obra de Manuel Alegre, a "Praça da Canção", editado há já meio século.

Com um prémio pecuniário de 15 mil euros, o Grande Prémio de Literatura dst, instituído pelo grupo dst, que, segundo o texto, registou na edição de 2016 um recorde de participações, tem um funcionamento rotativo premiando num ano uma obra de prosa e, no seguinte, uma obra de poesia.

Manuel Alegre nasceu a 12 de maio de 1936, em Águeda, tendo estudado Direito na Universidade de Coimbra. É um dos rostos mais conhecidos da luta contra a ditadura em Portugal e uma das vozes mais críticas da guerra colonial, tendo mesmo sido preso pela polícia politica (PIDE).

Em 1964 passou à clandestinidade partindo pouco depois para o exílio, convertendo-se num dos símbolos de resistência e liberdade ao escrever obras como "Praça da Canção" e "O canto e as armas", ambas proibidas pela censura.

Depois do 25 de Abril de 1974 regressou a Portugal e ingressou no Partido Socialista, pelo qual foi, até 2009, deputado à Assembleia da República. Foi ainda, em 2005 e 2011, candidato à presidência da República.

Grande Prémio de Literatura dst já distinguiu nomes como Luísa Costa Gomes, Mário de Carvalho, Maria Ondina Braga ou Jacinto Lucas Pires.

O prémio será entregue a Manuel Alegre por ocasião da Feira do Livro de Braga, a julho.

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