O festival abre com um concerto da Orquestra Sinfónica Metropolitana e do Coro da Fundação Princesa das Astúrias, que interpretarão “Ivan, o Terrível”, de Prokofiev, a música do filme de Sergei Eisentein, em versão de Oratória, com arranjos de Abram Stasevich.

Orçados em 470 mil euros, os Dias da Música têm este ano o maior número de espetáculos de ópera e de óperas completas, disse o presidente do conselho de administração do CCB, Elísio Summavielle, na apresentação da iniciativa à imprensa, feita hoje, em Lisboa.

Com 28.000 bilhetes para venda, Elísio Summavielle disse esperar que a taxa de ocupação ronde os “80 por cento, a julgar pelos números da edição do ano passado”, e acrescentou que a receita não cobrirá o investimento que é feito, já que se trata de uma iniciativa de “serviço público”.

“A receita deverá cobrir pouco mais de metade”, observou.

Num ano em que se celebram “As letras da música”, destacam-se os concertos temáticos que têm por lema “Candide ou o Otimismo”, da Orquestra Sinfónica Portuguesa, com o Coro do Teatro Nacional de S. Carlos, e direção do maestro João Paulo Santos, “Do poemário musical romântico/Wagner e Mahler”, pelo Melleo Harmonia, com a participação do barítono Luís Rodrigues, ou “O sonho de uma noite de verão”, pelos Músicos do Tejo, com excertos de “Fairy Queen”, de Purcell.

O programador André Cunha Leal sublinhou ainda os concertos “Beethoven e Goethe”, que resgata as obras dos dois expoentes do Romantismo alemão - as obras do compositor sobre as do escritor -, com narração do ator Pedro Gil, e “Viagem de Inverno”, no qual o Ensemble Mediterrain recupera, em versão para tenor e orquestra de câmara, o original de Franz Schubert e a reinterpretação de Hans Zender, conhecida pela "versão negra" da obra.

O programador de música do CCB destacou igualmente o concerto surpresa de encerramento do certame – “Adivinha quem vem cantar o fado?“.

André Cunha Leal lembrou ainda o espetáculo de Sérgio Godinho com Filipe Raposo ao piano, intitulado “A música e as palavras”, sublinhando a “mestria da palavra" do autor de "Primeiro dia", "e do seu encaixe na música”.

Nesta edição dos Dias da Música, Chico Buarque é outro dos autores lembrados, na sala que leva o seu nome, assim como dois antigos presidentes do CCB – António Mega Ferreira e Vasco Graça Moura.

Camões, Molière, Saramago, Sophia de Mello Breyner Andresen, Manuel de Falla, Camille Saint-Saëns são outros autores que se cruzam em "As letras da música", nesta edição dos 'Dias' do CCB, que também integram a rubrica “Aqui há conversas”, na qual uma série de autores vão debater o tema do festival.

Aldina Duarte protagoniza a conversa “Os poetas que eu cantei”, Cristiana Vasconcelos Rodrigues e Claudia Fisher participarão na sessão “No além dos sentidos. Música e literatura no romantismo alemão”, enquanto Pedro Mexia vai falar sobre “As letras do rock”.