"Somos quatro homens furiosos", disse sem rodeios à AFP o guitarrista Kirk Hammet. "Estas canções foram escritas com muita fúria, muita agressividade", explicou o músico californiano durante uma visita a Paris.

A primeira canção do disco, "Hardwired", dá tom ao  álbum de 12 músicas, que chegou às lojas esta sexta-feira, 18 de novembro. Esta canção, ultrarrápida, sem concessões e com uma letra decadente - "Estamos realmente na m**** (...) programados para a auto-destruição" - lembra o primeiro álbum dos Metallica, "Kill'Em all" (1983).

O título do novo álbum é uma "declaração sobre a condição humana", afirmou Hammett. "Às vezes fazemos coisas mesmo sabendo que são más para nós", disse. "Estamos programados para ter uma parte obscura e má dentro de nós. Algumas pessoas acabam por se  autodestruir, porque não suportam sua a condição", frisa.

O segundo tema, "Atlas Rise!", lembra "Master of Puppets" (1986), um dos hinos do heavy metal. Apesar de não ser tão épica comoa anteriror, a canção, com mais de seis minutos de duração, alterna com habilidade passagens cantadas, instrumentais e os famosos solos de guitarra de Hammett, fiel ao seu pedal wah-wah.

"Expresso a minha raiva na minha maneira muito agressiva de tocar guitarra", diz Hammett, contando que, se as cordas do seu instrumento não forem trocadas regularmente,  acaba por as romper. "Toco sempre assim, faz-me sentir bem", sublinhou.

A sua relação com o instrumento está em constante evolução, afirma. "Voltei a ligar-me com a minha guitarra" nos últimos anos. "A minha forma de tocar não é a mesma de dois ou três anos atrás", explica o músico.

No novo álbum, a banda diminui um pouco o ritmo em "Halo on Fire", uma canção na qual James Hetfield adota uma voz mais aérea e com mais matizes. Mas nada comparado a "Nothing Else Matters", o hit do "Black Album" (1991), o maior êxito comercial da banda, com 30 milhões de cópias vendidas.

"Queríamos criar algo simples, direto e agressivo. As músicas soam como algumas dos cinco primeiros álbuns, mas não são uma cópia. Voltamos às nossas origens, mas com a intenção de criar algo novo", diz Kirk Hammett.

Metallica querem voltar ao Bataclan

Os Metallica não escondem a sua ambição. "Queremos continuar a ser os melhores", afirmou Hammett. "Queria que houvesse mais músicos como nós no mundo", acrescenta.

O quarteto californiano vai apresentar o novo álbum numa digressão mundial prevista para 2017.

Hammet não descarta a hipótese de um dia voltar à casa de espetáculos parisiense Bataclan, que reabriu  há menos de uma semana, um ano depois dos atentados terroristas de 13 de novembro de 2015. "Tenho vontade de ir ao Bataclan, agora mesmo", afirma Hammet, visivelmente emocionado. "A minha angústia foi profunda depois do que aconteceu. Ainda estou muito triste. Tocamos nessa sala, conhecíamos as pessoas. Uma pessoa que trabalhava para a nossa editora morreu naquela noite. É muito difícil lembrar tudo isto, e sinto uma raiva imensa", confessa.

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