“Desde muito jovem que acompanhei o percurso poético de Armando Silva Carvalho, um poeta importante que se inscreve na tradição lírica corroendo-a”, afirmou o ministro da Cultura durante uma homenagem ao poeta natural de Óbidos, integrada na programação do Folio – Festival Literário Internacional de Óbidos.

Desafiado pela coordenadora do festival, Celeste Afonso, para contribuir com os seus conhecimentos sobre a vida e obra do poeta para um “movimento que dê a conhecer a importância cultural” daquele autor, o governante acedeu a integrar o projeto que vai ser desenvolvido até 2018.

“Devemos muito a Armando Silva Carvalho”, disse à agência Lusa a coordenadora do festival, anunciando a intenção de criar na vila “um espaço dedicado ao autor, contendo não apenas a sua obra, mas também testemunhos de pessoas que com ele lidaram sobre o homem por detrás da obra”.

A ideia é “ligar o movimento [da sociedade civil] a Óbidos Vila Literária [galardão atribuído pela Unesco em dezembro de 2015] e abrir, se possível na comemoração dos três anos desse reconhecimento, um espaço aberto à colaboração de todos os que possam contribuir com conhecimentos sobre o poeta”, explicou a mesma responsável.

Armando da Silva Carvalho (nascido a 28 de março de 1938 e falecido a 01 de junho de 2017), Licenciado em Direito, foi advogado, jornalista, professor do ensino secundário, publicitário tradutor e poeta, com obra inscrita em antologias com nomes como Ruy Belo, Fiama Hasse Pais Brandão, Luiza Neto Jorge, Gastão Cruz, entre outros.

Entre os documentos a expor no futuro espaço estará o texto de homenagem lido hoje pelo ministro no Folio, um festival que o governante defendeu que “tem que ser apoiado e que é um grande valor acrescido”.

O festival literário contou nas primeiras edições com apoios comunitários, que por opção dos municípios da região do Oeste, foram este ano canalizados para eventos noutros municípios.

“Não comentamos as opções das autarquias”, afirmou o ministro sublinhando “o papel extraordinário” que a autarquia de Óbidos teve na mobilização de parceiros que permitiram suportar os custos do festival cuja programação ascende a um milhão de euros.

O Ministério da Cultura apoiou o evento com uma verba de 10 mil euros, “não o apoio desejado mas aquele que foi possível conceder”, admitiu o governante.

Sob o tema “Revoluções Revoltas e Rebeldias” o Folio, que na quinta-feira abriu portas, desenvolve-se em cinco capítulos - Autores, Folia, Educa, Ilustra e Folio Mais.

Vinte e nove mesas de autores, dez exposições, 15 conversas e um seminário internacional marcam o programa do festival que se prolonga até ao dia 29.