“Antes do Natal estive com ele em sua casa e mantivemos uma conversa absolutamente fascinante, pois ele era uma pessoa muito culta”, afirmou à agência Lusa Carlos Melo Bento, acrescentando que o amigo morreu "esta madrugada em casa".

José Pracana nasceu a 18 de março de 1946 em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Segundo a página online do Museu do Fado, José Pracana iniciou, em 1964, a sua carreira como guitarrista amador, tendo acompanhado assiduamente os fadistas Alfredo Marceneiro, Vicente da Câmara, Carlos Zel, entre outros.

Carlos Melo Bento, que se mostrou surpreendido com a morte do amigo, confessou que José Pracana já estava debilitado há algum tempo, mas mantinha-se “uma pessoa muito interessada, culta e atenta”.

“O Pracana era um grande admirador de Amália Rodrigues, com quem tocou, e parece-me que ela também gostava muito dele”, referiu Carlos Melo Bento, lamentando que o país tenha perdido um homem com uma “enorme cultura sobre o fado”.

Entre 1969 e 1972, José Pracana dirigiu o “Arreda”, em Cascais, um projeto que abandonou para ingressar na TAP.

Atuou dentro e fora do país inúmeras vezes e participou em vários programas televisivos.

José Pracana foi autor de programas alusivos ao fado para a RTP, entre eles “Vamos aos Fados”, em 1976, e “Silêncio que se vai contar o Fado”, em 1992.

Em 2005 recebeu o prémio Amália Rodrigues na categoria de Fado Amador.