O velório do ator decorre na igreja de S. José, em Coimbra, onde, na quinta-feira, pelas 09:00, se realiza uma evocação da sua carreira, seguindo o funeral para o crematório de Taveiro, na mesma cidade.

O ator destacou-se pelo seu desempenho em “A vida do grande D. Quixote de La Mancha e do gordo Sancho Pança”, de António José da Silva, em 1991, numa encenação de José Oliveira Barata pela Companhia Bonifrates, onde trabalhava desde 1986.

“As críticas que recebeu permitiram-lhe receber convites e lançar-se em outros papéis, nomeadamente no cinema”, recordou Cristina Janicas à agência Lusa.

No cinema, a sua última participação foi em “Paloma” (2015), de Nuno Portugal, desempenhando o papel de papa.

O ator, segundo informação dos Bonifrates, estreou-se em junho de 1960 na peça “A Sapateira Prodigiosa”, de Federico García Lorca, que também encenou, e, no ano seguinte, voltou a dirigir e a participar em “O Apolo de Bellac”, de Jean Giraudoux.

Fernando Manuel Taborda Azevedo Nogueira, de seu nome de registo, tinha o curso do Magistério Primário, tendo as suas primeiras representações sido feitas, aliás, na Escola do Magistério Primário, em Coimbra.

De 1978 a 1986, Fernando Taborda fez parte da direção do Ateneu de Coimbra, tendo participado e codirigido as peças “A Farsa de Mestre Patellin”, de autor desconhecido, “O Doido e a Morte”, Raul Brandão, e “A Festa de Beneficência”, uma adaptação de Lauro António.

Em julho de 1986, estreou-se na Companhia Bonifrates na peça “Esopaida”, de António José da Silva, com encenação de José Oliveira Barata.

Nesta companhia conimbricense participou em mais de trinta espetáculos, entre os quais “Os Homens e as suas Sombras”, de Alfonso Sastre, “A Poesia também se Come”, de vários poetas portugueses, ”Fly-By”, de Alfonso Vallejo, e “Quadros Negros”, uma criação teatral de Deolindo Pessoa, sobre textos de Gagey Mrozeck.

O ator fez parte também dos elencos d'“A Família Dupond”, de Alicia Guerra, “A Coroação de Inês”, com encenação de João Maria André, um espetáculo apresentado na Expo’98, “D. Juan”, de Jean-Baptiste Molière, “Duplos Sentidos”, um espetáculo de poesia, com encenação de João Paulo Janicas, “Eu não sou o Rappaport”, de Herb Gardner, “Hysteria”, de Terry Johnson (projeto independente), “Médico à Força”, de Molière, e “Os últimos dias de Emanuel Kant”, de António Sastre, em junho de 2012, que foi a última peça em que participou.

No cinema fez parte dos elencos de “Quase” (1992), de Francisco Manso, “Esquece tudo o que te disse” (2002), de António Ferreira, “Sagrada Família” (2007), de Frederico Moedas e Bruno Silva, “Pago para ver” (2008), de Luís Manuel Almeida, “Azeitona” (2008), de João Gazua, Humberto Rocha, Ana Almeida, Luís Campos, “Embargo” (2010), de António Ferreira, “Humilhados e Ofendidos” (2010), de Dany Horiuchi e Salvador Palm, e “O voo da papoila” (2011), de Nuno Portugal.

Da sua participação no cinema consta ainda “Posfácio nas Confeções Canhão” (2012), de António Ferreira, e “Vida Tramada” (2012), de Salvador Palma e Rui Rodrigues.