“A família e a editora informam com grande dor que Péter Esterházy faleceu na tarde de 14 de julho de 2016”, lê-se no comunicado que a editora publicou na sua página na internet e no Facebook.

Nascido em Budapeste a 14 de abril de 1950, numa das famílias aristocratas mais importantes da Hungria, Esterházy dedicou-se exclusivamente à literatura desde 1978, depois de estudar matemática na Universidade Elte de Budapeste, tornando-se num dos escritores húngaros mais conhecidos do mundo.

A sua obra foi traduzida para mais de vinte línguas e reconhecida com vários prémios e distinções, como a Ordem das Artes e das Letras de França, o prémio alemão Herder, o Kossuth da Hungria e o prémio alemão da Paz dos Livreiros.

A escrita do autor de "O livro de Hrabal", de 1993, caracteriza-se por um jogo linguístico, a intertextualidade e textos compostos como um mosaico.

No romance/crónica "Harmonias celestiais" narrou a história da sua família e do pai, antes de saber que este tinha sido espião durante o regime comunista, publicando um ano mais tarde a "Versão corrigida".

O escritor revelou, numa entrevista em outubro de 2015, que lhe tinha sido diagnosticado seis meses antes um cancro no pâncreas.

Em junho deste ano, Esterházy fez parte da sessão de abertura da Feira Internacional do Livro de Budapeste, onde apresentou uma das suas últimas obras, onde fala sobre a sua batalha contra a doença.

O escritor era membro da Academia Europeia de Ciências, Artes e Letras (Salzburgo, Áustria), da Academia de Arte de Berlim e da Academia Széchenyi de Literatura e Arte da Hungria.

Para Estarházy, “a arte é luz”, uma luz “que provém do mundo, isto é, do leitor”, disse em 2010, numa entrevista à agência espanhola EFE em Madrid.