“Se todos fossemos um pouco mais infelizes, seríamos todos mais felizes”, escreveu Afonso Cruz numa das paredes da galeria NovaOgiva, em Óbidos, que a partir de hoje acolhe a mostra “dedicada a todas as crianças refugiadas”

Trata-se de “um apelo ao desconforto e à infelicidade para chamar a atenção não só para o drama dos refugiados, como outras questões sociais, como os sem-abrigo e a pobreza em geral”, disse Afonso Cruz à agência Lusa.

O autor é apenas um dos 22 ilustradores de vários países que integram a sua segunda edição da PIM! Mostra de Ilustração Para Imaginar o Mundo, a principal mostra do Folio Ilustra capítulo do Festival Literário Internacional de Óbidos dedicado à ilustração.

A mostra tem este ano como peça central uma obra tridimensional de André da Loba, suspensa no teto da galeria e que o visitante só consegue ver na totalidade subindo os três andares da galeria.

Figuras em madeira, suspensas nas paredes, e que podem ser manuseadas pelo público são outras das novidades da exposição, considerada hoje pelo Secretário de Estado da Cultura, Miguel Honrado, “uma verdadeira utopia”.

A exposição tem como convidada especial a ilustradora Jutta Bauer, uma das ilustradoras mais traduzidas e premiadas de sempre e que conta no currículo com o Prémio Hans Christian Andersen (2010), considerado o Nobel da Literatura Infantil.

Catarina Sobral, Guridi, Anna Laura Cantone, André Neves, Helena Zália, Fernanda Fragateiro, Ana Seixas, Marta Torrão, Rachel Caiano, Paul Hardman, Paulo Galindro, Bernardo Carvalho, Yara Kono, Teresa Cortêz, Ana Biscaia, Susa Monteiro, Margarida Botelho, Natalina Cóias, Marina Palácio e João Fazenda, vencedor do Prémio Nacional de Ilustração (2015) são outros dos autores que integram o coletivo impar de lustradores.

A exposição, com curadoria de Mafalda Milhões pode ser vista até ao final do Folio, a 2 de outubro.

A segunda edição do Folio celebra os 500 anos da ‘Utopia’ de Thomas More, o Ano Internacional do Entendimento Global, o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira, os 500 anos da morte do pintor Hieronymus Bosch e os 400 da morte dos clássicos William Shakespeare e Miguel de Cervantes.