Luzes, telemóveis, ação. Como quase tudo na Holanda, a cerimónia começou à hora marcada. Às 21:00 em ponto (20:00 em Portugal), Bebe Rexha, cantora e anfitriã dos EMA, erguia-se que nem uma rainha numa cadeira suspensa no Ahoy, uma das maiores salas de eventos da cidade, para dar início à cerimónia dos MTV EMA 2016.

Depois de uma red carpet de transparências e curvas, o jogo de luzes do espetáculo (3000 metros de lâmpadas LED) identificava-se mais com a arquitetura de Roterdão: geométrica e colorida. Bruno Mars e a sua crew, uma ausência sentida na red carpet, inauguraram o palco com "24k Magic" e gingados passos de dança para histerismo dos screamers.

De seguida, os DNCE puseram todos a olhar novamente para cima com o pujante “Cake By The Ocean”. Telemóveis no ar, o que importa é registar, não sentir. “Ah ya ya ya ya!”. Na plateia donuts insufláveis circulavam entre fãs endoidecidos que só pararam para ouvir Bebe Rexha e Martin Garrix, que trocou os pratos pela guitarra acústica em “In the Name of Love”. A música foi um entre os sucessos que contribuíram para a escolha do DJ e produtor holandês como vencedor do Prémio Eletrónica. O primeiro galardão da noite estava assim entregue ao país anfitrião dos EMA 2016. Shawn Mendes prosseguiu com “Mercy” e a plateia mostrou-se boa confidente do artista. A entrega do segundo prémio (Melhor Artista ao Vivo aos Twenty One Pilots) foi um momento de veneração a Prince, que morreu em abril deste ano. Os galardões dos premiados deste ano foram pintados de roxo, uma homenagem ao legado d ‘O Artista.

MTV EMA

Depois do prémio Melhor Artista Maculino, entregue a Shawn Mendes, os veteranos Green Day rasgaram o palco com “Bang Bang”. Sim, como num espetáculo de TV a sério, no local houve intervalos com direito a cachorro e batata-frita. O iglô que ia sendo montado no palco antecipava uma atuação de um dos destaques da noite. The Weeknd irrompeu do frio a cantar “Starboy” e fez mesmo derreter o gelo na sala a par com o jogo de luzes vermelhas a rasgar o cenário.

Depois de uma atuação morna dos Kings of Leon, foi a vez de a anfitriã do evento mostrar que não é só mais uma cara bonita. Bebe Rexha voltou a vestir purpurinas, é certo (entre as 15 mudas roupa durante o espetáculo) para cantar “I Got You”, num felpudo gigante em forma de U com olhos que acompanhavam os passos da artista. Afrojack trouxe os bombos e bailarinos para o palco a agitar a sala acompanhado por Fais, que dá voz a vários hits do DJ e produtor. Já os One Republic repuseram a normalidade no tempo holandês e fizeram chover em palco com “Kids”.

Mesmo sem estar presente, Justin Bieber foi o grande vencedor da edição deste ano com três galardões: Melhor Música, Melhor Artista Canadiano e Maiores Fãs. Logo atrás, Lady Gaga, que venceu o prémio de Melhor Artista e Melhor Look, foi outra das ausências notadas. Após receberem o prémio Global Icon (distinção dos artistas com longa carreira na música), os Green Day protagonizaram o momento político da noite. “É bom estar de volta à Europa, fora dos EUA onde está a acontecer uma eleição horrível. Um gigante ataque cardíaco está a acontecer na América”, afirmou o vocalista Billie Joe. Escusado será dizer que os norte-americanos fecharam o evento com “American Idiot”. Na Europa é que se está bem.