Dezoito xilogravuras do artista brasileiro J. Borges, criadas para uma nova edição do conto “o Lagarto”, de José Saramago, integram aquela que a curadora da Folia, Anabela Mota Ribeiro, considerou ser mais a importante exposição, de entre um conjunto de quinze mostras patentes ao público em simultâneo.

A mostra resulta de um projeto desenvolvido pelo argentino Alejandro Garcia Shenetezer, editor de uma edição do conto do prémio Nobel português, com ilustrações de J. Borges, lançado também hoje no festival.

Do “encontro dos dois Josés”, resultaram as peças que, segundo Alejandro Garcia Shenetezer, tem não apenas a particularidade de juntar palavras de Saramago e desenhos de Borges mas também, simbolizar a devolução às origens “da madeira levada para o Brasil pelos portugueses e devolvida agora em forma de arte”.

Inaugurada ao som do forró nordestino do trio “Solapada” a exposição marcou ainda o momento do lançamento do livro “O Lagarto”, com gravuras de J. Borges, com chancela da Porto editora e que pode a partir de hoje ser adquirido no festival.

Pilar Del Rio, viúva de José Saramago, revelou que, depois do Folio, que decorre até 2 de outubro, a mostra irá ser apresentada noutros países, o primeiro dos quais o Brasil, onde ficará patente no início do próximo ano.

O festival arrancou hoje com um comboio literário que partiu do da estação do Rossio às 10:25, e ficou ainda marcado, no seu primeiro dia, por uma aula de Mega Ferreira sobre o escritor Miguel de Cervantes, que incidiu sobretudo na sua mais famosa personagem: D. Quixote de la Mancha.

No recinto, onde a partir de hoje o público pode assistir a lançamentos de livros e adquirir obras em saldo numa feira de livros, a literatura apresenta-se também em formato comestível, numa iniciativa do restaurante Vila Joya, conhecido pela cozinha criativa e excêntrica da autoria do chefe austríaco Dieter Koschina, premiado com duas estrelas Michelin.

“A literatura alimenta a alma, os pratos de chefs alimentam o estômago, mas a criatividade levou-nos a criar um livro que junta as duas coisas e que pode ser guardado ou comido”, explicou Dieter Koschina, autor de um livro (The Cooked Book) cuja capa é feita em pão com sementes e que pode ser adquirido diariamente no Folio.

O ponto alto do programa de hoje está agendado para as 21:00, com a presença de V.S. Naipaul, prémio Nobel da Literatura em 2001, numa mesa em que conversará, durante hora e meia, com José Mário silva.

Bena Lobo e Marta Hugon fecham a noite com o espetáculo “São bonitas as canções”, um tributo ao músico brasileiro Edu Lobo, que ao início da tarde tinha já lotação esgotada.

A segunda edição do Folio celebra os 500 anos da ‘Utopia’ de Thomas More, o Ano Internacional do Entendimento Global, o centenário do nascimento de Vergílio Ferreira, os 500 anos da morte do pintor Hieronymus Bosch e os 400 da morte dos clássicos William Shakespeare e Miguel de Cervantes.

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